O ex-presidente da África do Sul Jacob Zuma, 75, foi a uma audiência nesta sexta-feira (6) na Alta Corte de Durban, no leste do país, sobre um dos processos que responde por corrupção, acusações que ele encara como politicamente motivadas.
Ele, que foi forçado a renunciar ao cargo em fevereiro, enfrenta 16 acusações, incluindo fraude, extorsão e lavagem de dinheiro. O depoimento de hoje teve a ver com acusação de corrupção relacionada a um acordo para venda de armas no valor de US$ 5 bilhões (R$ 16 bilhões).
Sua aparição diante do juiiz Themba Sishi durou menos de 15 minutos. Procuradores e advogados de Zuma pediram que adiassem o caso até 8 de junho para ambos poderem se preparar melhor, o que foi aceito pelo magistrado.
Na saída do tribunal, Zuma fez um discurso diante de milhares de simpatizantes em que afirmou que o Judiciário e os políticos não achavam que ele tivesse direitos.
O ex-presidente afirmou ainda que era odiado por defender políticas para melhorar a vida da maioria negra do país.”Me surpreende quando pessoas me tratam como se eu tivesse desistido. Eles querem que me tratem como um prisioneiro”, disse.
“Não posso acreditar em todas as mentiras que são ditas sobre mim. Sou inocente até que provem o contrário”
A Justiça suspeita de que, em 1999, Zuma -então ministro e depois vice-presidente- tenha aceitado suborno por um contrato de armamento firmado pela África do Sul com várias empresas estrangeiras em 1999. Entre elas, está a francesa Thales.
“Estas acusações foram anuladas e, agora, são relançadas. Está claro que são políticas”, declarou Zuma.
O ex-presidente ainda mantém apoio popular, especialmente na base zulu. Ele levou a multidão a entoar “Umshini wami” (traga minha metralhadora), canção popularizada pela ala armada do Congresso Nacional Africano e cantada durante o regime de apartheid.
Manifestantes levavam cartazes com dizeres como “Tirem as mãos de Zuma” e “Defensor da transformação econômica radical”.
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