O doleiro Alberto Youssef entrou em regime aberto nesta sexta-feira (17), após três anos de prisão, e poderá sair de casa, onde cumpre pena em regime domiciliar desde novembro passado.
No entanto, o juiz Sergio Moro, que deu o despacho, determinou que Youssef use tornozeleira eletrônica por mais dois anos.
A medida restritiva era inesperada pela defesa, que afirmou que irá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). “Entendemos que a tornozeleira eletrônica é uma restrição à liberdade e causa constrangimento. O regime aberto é incompatível com monitoramento e vigilância”, afirmou o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto.
O doleiro também terá que se recolher entre as 20h e 6h, nos finais de semana e não poderá sair da cidade de São Paulo, onde mora.
Youssef foi preso na primeira fase da Lava Jato, acusado de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e se tornou um dos principais delatores da operação.
“Forçoso reconhecer que colaborou significativamente com a elucidação de vários casos criminais no âmbito da assim chamada Operação Lava Jato e igualmente para outras investigações criminais”, disse Moro em seu despacho.
“Além de confessar a sua culpa, renunciou seus direitos sobre patrimônio considerável conforme descrição contida nas cláusulas 7ª e 8ª do acordo, o que permitiu a recuperação de parte do produto do crime que lhe foi direcionado, espera-se que tudo, com a indenização da vítima. Assim, natural que, apesar de sua culpabilidade, receba benefícios”, disse.
O doleiro ainda mantém uma dívida com a Receita: ele e suas empresas foram autuados em pouco mais de R$ 1 bilhão por sonegação fiscal, mais de um décimo do total de autuações que a Receita Federal emitiu na Lava Jato. (Folhapress)
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