05 de dezembro de 2025
Senado • atualizado em 23/09/2025 às 18:46

Wilder Morais declara apoio à PEC da Blindagem em meio a resistência no Senado e protestos

Senador reforça que irá votar de acordo com seu grupo político: “se eu não falei nada, com toda certeza estou me posicionando”
Parlamentar goiano Wilder Morais se posiciona ao lado do grupo político e anuncia apoio à PEC da Blindagem. Foto: Agência Senado
Parlamentar goiano Wilder Morais se posiciona ao lado do grupo político e anuncia apoio à PEC da Blindagem. Foto: Agência Senado

O senador Wilder Morais (PL-GO) afirmou ser favorável à chamada PEC da Blindagem, proposta que restringe a possibilidade de prisão e abertura de ações penais contra parlamentares e que estende benefícios a presidentes de partidos. A declaração foi feita nesta segunda-feira (22), durante visita à Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, e ocorre em meio a protestos em todo o país e ao cenário de forte rejeição da medida no Senado.

“Se eu não falei nada, com toda certeza estou me posicionando. Nós votamos de acordo com o nosso grupo político”, disse Wilder. O parlamentar completou: “Não precisa ter dúvida, vou votar e sempre vou participar de tudo aquilo que a direita sempre fez”.

Apoio isolado

Apesar da posição do senador goiano, o clima no Senado é de ampla resistência à PEC. Segundo levantamento publicado pelo jornal O Globo, 56 senadores já se declararam contrários ao texto, três estão indecisos e 16 não responderam, entre eles Wilder até então. Apenas seis parlamentares afirmaram que irão apoiar a proposta.

Antes da declaração pública, Wilder havia se negado a responder diretamente à imprensa sobre sua posição. A sinalização de apoio o coloca em minoria em relação à maioria dos colegas, que tendem a enterrar a proposta na Casa.

O que prevê a PEC da Blindagem

A proposta estabelece que deputados e senadores só poderão responder a processos criminais com autorização prévia da Câmara ou do Senado, respectivamente. Em casos de prisão em flagrante por crimes inafiançáveis, o texto prevê que o plenário da Casa correspondente delibere, em até 24 horas e por voto secreto, sobre a manutenção ou o relaxamento da prisão.

Na Câmara dos Deputados, a PEC foi aprovada em 16 de setembro por ampla maioria: 353 votos favoráveis contra 134 contrários.

Repercussão negativa e protestos

A aprovação na Câmara desencadeou forte reação popular. No domingo (21), milhares de pessoas ocuparam ruas e praças em todas as capitais brasileiras em protesto contra o que consideram mais privilégios para a classe política. A mobilização levou alguns deputados a reverem suas posições. A deputada goiana Silvye Alves, por exemplo, anunciou a desfiliação do União Brasil após admitir ter votado pressionada pela legenda a favor da PEC.

No Senado, a tendência é de rejeição ao texto diante da pressão social e da ampla maioria de parlamentares contrários.


Leia mais sobre: / / / / Notícias do Estado / Política