O Wikileaks compartilhará com empresas de tecnologia informações exclusivas sobre as armas cibernéticas da CIA (serviço secreto americano), afirmou nesta quinta-feira (9) o fundador do site, Julian Assange.
De acordo com Assange, que concedeu uma entrevista coletiva on-line, a iniciativa do Wikileaks ajudará as empresas a corrigir falhas e prevenir espionagem em seus aparelhos, a fim de “proteger as pessoas”.
Depois que as firmas fizerem os reparos em seus produtos, disse ele, todas as informações em poder do Wikileaks sobre os mecanismos de espionagem serão disponibilizados para o público.
O Wikileaks vazou na terça-feira (7) cerca de 8.000 documentos feitos entre 2013 e 2015 que mostram detalhadamente armas desenvolvidas pela CIA para roubar informações de equipamentos eletrônicos no exterior e para transformar dispositivos em aparelhos de escuta.
Assange disse que o vazamento dos dados sobre vigilância é resultado de um “ato histórico de incompetência devastadora” da CIA, que manteve todos os documentos armazenados em um único lugar.
A CIA não confirmou a autenticidade dos dados vazados, mas funcionários e ex-funcionários do governo afirmaram a jornais americanos que os detalhes existentes nos arquivos indicam que eles são legítimos.
Em resposta à entrevista do fundador do Wikileaks, a porta-voz da CIA, Heather Fritz Horniak, declarou: “Julian Assange não é exatamente um bastião da verdade e integridade. Apesar dos esforços de Assange e sua laia, a CIA continua a coletar intensamente dados de inteligência em outros países para proteger a América de terroristas estrangeiros, nações hostis e outros adversários.”
Segundo informou a emissora CNN nesta quarta (8), a CIA está trabalhando com o FBI (polícia federal americana) para tentar descobrir os responsáveis pelo vazamento dos documentos e se o site tem mais informações confidenciais da agência americana.
Os documentos vazados mostram que a CIA tinha vírus capazes de ativar câmeras e microfones de smartphones, transformar smart TVs em pontos de escuta e obter dados de aplicativos criptografados, como WhatsApp e Telegram, antes do envio das mensagens.
Assange vive desde 2012 na embaixada do Equador em Londres para evitar deportação para a Suécia, onde é alvo de denúncias de abuso sexual. Ele nega ter cometido crimes e diz ser alvo de perseguição. (Folhapress)
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