23 de dezembro de 2024
Entretenimento • atualizado em 13/02/2020 às 09:43

Volta de formação clássica salva show do Guns da voz desastrosa de Axl

Guns N' Roses realiza show no Brasil em 2016.
Guns N' Roses realiza show no Brasil em 2016.

O Guns N’ Roses voltou ao Rock in Rio mais próximo daquela banda que em 1991 passou feito um furacão na Cidade do Rock. A volta de Slash e Duff McKagan, reunião que até os fãs já tinham desistido de um dia voltar a ver, finalmente aconteceu e deu liga, mas mais difícil do que fazer as pazes com os antigos companheiros foi encontrar a voz do Axl no palco.

Na noite deste sábado (23), o vocalista fez trocas de roupa e se esforçou para correr de um lado e para o outro como fazia antigamente. A pose de fato é a mesma, já os agudinhos…

Com a voz falha, ele fez questão de cantar no falsete, desafinou ao tentar atingir notas mais altas e transformou boas canções como “Estranged” e “Live and Let Die” (de Paul McCartney) em uma experiência um tanto sofrida. O assobio no início de “Civil War” pelo menos foi mais afinado.

Com um set completo – até demais, foram 30 músicas – a multidão na Cidade do Rock não reclamou e acompanhou em coro o início do show, com “It’s Easy”, “Mr. Browstone” e “Welcome to the Jungle” na sequência, mas foi só cantar as músicas do último disco, “Chinese Democracy”, para o público esfriar. Em “Better”, por exemplo, rolou um silêncio constrangedor.

Nem “Black Hole Sun”, homenagem a Chris Cornell, vocalista do Soundgarden encontrado morto este ano, passou incólume. Depois de quase três horas no palco, Axl acertou ao cantar versões de “Whole Lotta Rosie”, do AC/DC, e “The Seeker”, do The Who (que havia se apresentado horas antes no mesmo palco), com um tom mais grave.

A banda, no entanto, compensou com energia e peso em altos decibéis. Slash principalmente. Em forma, o guitarrista brilhou nos solos e só faltou cantar em “Rocket Queen”.

Foi um alívio quando Duff McKagan assumiu o microfone para cantar “You Can’t Put Your Arms Around a Memory”, cover de Johnny Thunders, pinçada do disco “The Spaghetti Incident?”, o último lançado pela formação mais conhecida. A química entre os antigos foi sentida logo no início e fez valer as três horas e meia de show.

Diante da má fama que o Guns N’ Roses alimentou nos tempos áureos, o que foi visto no Rock in Rio foi uma versão um tanto certinha. Sem atrasos, polêmicas e confusões em hotéis, a banda subiu no horário, foi simpática e entregou um show potente, mas quanto a voz, deu saudade daquela época.

A voz de Axl também foi um dos assuntos mais comentados do Twitter durante a transmissão do show. (Folhapress)

Veja vídeo:

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