Na primeira fase, a seleção brasileira feminina de vôlei derrotou todas as suas adversárias sem perder um set sequer. Mas contra a China, nas quartas de final, o Brasil teve de encarar não só um forte adversário, como seus próprios erros, desatenções e nervosismo. E aí não somente perdeu um set, como o jogo por 3 a 2, parciais de 15/25, 25/23, 25/22, 22/25 e 15/13, resultando em uma inesperada eliminação dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Uma noite de muito choro e de incredulidade.
“Não sei analisar muito bem o que houve, mas sei que elas começaram a jogar mais soltas e tudo passou a dar certo para elas. Acontece, perdemos”, lamentou Léia.
O primeiro ponto brasileiro no jogo foi de Natália, a maior pontuadora do time nos Jogos. Um cartão de visitas do que estava por vir naquele set. Em pouco mais de cinco minutos, o Brasil já vencia a partida por 7 a 2, placar que fez a treinadora adversária fazer seu primeiro pedido de tempo no jogo. Mas pouco adiantou. As meninas do Brasil, impecáveis em praticamente todos os fundamentos, seguiram em um ritmo muito forte e fecharam o primeiro set em 25 a 15, em pouco mais de vinte minutos. Um início avassalador.
Mas veio o segundo set e a seleção brasileira parece ter entrado em quadra desconcentrada, desatenta. Começou perdendo, virou e abriu larga vantagem, mas permitiu o empate da China em 11 a 11. Preocupado, o técnico José Roberto Guimarães pediu tempo. Após a conversa com o treinador, a equipe voltou mais ligada, porém não o suficiente para se impor sobre a equipe adversária, como no primeiro set. Resultado: 25 a 23 para a China, jogo empatado e o início de uma noite de tensão, na quadra e nas arquibancadas.
O equilíbrio permaneceu no terceiro set. O Brasil, antes dono absoluto do jogo, com um primeiro set excelente, se tornou uma equipe vacilante, nervosa. Do outro lado, as chinesas, cada vez mais confiantes, pegavam bolas impossíveis. José Roberto resolveu mexer no time e tirou Natália, que não estava bem, para colocar Jaqueline. Adenizia e Gabi também entraram. Mas deu China: 25 a 22.
O quarto set começou como terminou o anterior. As brasileiras nervosas, tensas, e com muitas dificuldades de pôr a bola no chão do outro lado da rede. Com muito equilíbrio, a China permanecia quase sempre na frente, mas com uma diferença que não passava de dois pontos. Até que, num ace de Fabiana, o Brasil conseguiu o empate em 14 a 14 e, em seguida, virou o placar. Empurrado pela torcida e com ótima atuação de Fernanda Garay, o Brasil retomou o controle, mostrou sua força e fechou o set em 25 a 22. Jogo novamente empatado.
O resultado do tie-break levaria a seleção brasileira a seguir um dos caminhos: ou a luta pelo tricampeonato olímpico ou uma eliminação precoce, sem direito a nem disputar uma medalha. Infelizmente, para o Brasil, a segunda opção: 15 a 12 para a China, derrota por 3 sets a 2 e o fim do sonho do tricampeonato.
“Sabíamos que seria um jogo duro, de cinco sets, e o primeiro set foi até surpreendente para nós. Aí elas entraram no jogo e ficou difícil pra gente”, disse Sheilla.
Com informações do Comitê Olímpico Brasileiro
Leia mais sobre: Esportes