Cacifando-se politicamente com o desempenho positivo à frente da Assembleia Legislativa, o novo presidente da Casa, José Vitti (PSDB), já é apontado como estrela em ascensão na base aliada do governador Marconi Perillo.
Com bom trânsito com Marconi e eleito com a unanimidade dos votos dos deputados para o comando da Assembleia, Vitti surpreende pela juventude, equilíbrio e capacidade de articulação. Ele é o primeiro presidente do Legislativo que, depois de mais de uma década, comanda a Casa longe das páginas policiais.
Nos últimos anos, a Assembleia foi palco constante de escândalos – e bote escândalos nisso. As gestões dos ex-presidentes Jardel Sebba, Helder Valim e Helio de Sousa foram marcadas por uma montanha de fatos negativos
Excrescências como supersalários, funcionários fantasmas, diários oficiais secretos, obras sem licitação, farra de viagens ao exterior, dentre outras aberrações, causaram não só desgastes como implicaram bloqueio de bens e uma saraivada de processos na Justiça.
Pelo menos até agora, Vitti surfa numa onda de boas notícias. Com habilidade e utilizando o jogo de cintura adquirido como líder do governo, fez as costuras políticas necessárias e pacificou os deputados (as crises da Assembleia geralmente saem lá de dentro mesmo, detonadas por parlamentares insatisfeitos).
Em outra frente, valeu-se da expertise de empresário bem sucedido e estruturou a sua gestão em padrões modernos de administração, aliando eficiência e corte de gastos. Um bom exemplo foi dado dias atrás, quando anunciou economia de R$ 1 milhão com a implantação do novo sistema de telefonia da Assembleia.
O resultado não poderia ser outro: com a vitrine da Assembleia, em pouco tempo ganhou visibilidade e passou a compor o leque de alternativas qualificadas da base aliada de Marconi para futuros embates eleitorais: tem discurso, é bom gestor e não fica nada a dever quando o assunto é voto.
Há até quem veja Vitti como um cartucho de reserva para encabeçar a chapa da base aliada de Marconi já nas eleições de 2018. Como apóia a pré-candidatura a governador de José Eliton, o que já deixou patente repetidas vezes, poderia também ser vice, ocupar uma das vagas para o Senado ou mesmo disputar mandato de deputado federal.
Outra hipótese a ser projetada para Vitti é a Prefeitura de Goiânia em 2020 ou o Governo do Estado em 2022. Enfim, se não é ainda, o novo presidente da Assembleia tem tudo para ser a carta na manga de Marconi para renovar o Tempo Novo num ambiente de deserto quanto a nomes confiáveis e com viabilidade política.
Vitti, claro, não admite discutir variantes políticas e diz que no momento está focado em fazer um bom trabalho na Assembleia. Mas, a desenvoltura que tem demonstrado no comando do Legislativo induz à ilações naturais e espontâneas no cenário político. Se o cavalo passar arreado na porta do Palácio Alfredo Nasser, com certeza encontrará um cavaleiro jovem e determinado a postos.
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