A visita do governador Ronaldo Caiado (DEM) ao diretório estadual do MDB para formalizar o convite à legenda integrar a chapa majoritária em 2022 foi bem recebida por parte das lideranças emedebistas. Eles entendem que a ida de um governador a sede da sigla demonstra o reconhecimento da grandeza da agremiação de Iris Rezende e Daniel Vilela. O fato também é inédito em Goiás. “Comumente o que a gente vê na política são partidos procurando o Palácio das Esmeraldas e a gente viu o contrário, o governador vindo aqui e convidando o MDB a fazer parte da chapa majoritária”, avaliou Pedro Chaves, ex-deputado federal e um dos principais caciques da legenda.
Chaves que também é suplente do senador Vanderlan Cardoso (PSD) no Senado Federal foi uma das lideranças do MDB que o Diário de Goiás conversou após a reunião. Ele prega que uma consulta democrática seja feita a todos os filiados que têm condições de opinar sobre a questão, mas vê com positividade a aliança. “A minha opinião é que o partido tem que ouvir seus filiados e as pessoas que tem o direito de manifestar o seu voto. Eu particularmente, vejo com muita simpatia o gesto do governador em procurar o MDB”, destacou.
Como será a consulta Pedro ainda não sabe, mas tem a certeza que a Executiva do partido irá pensar na melhor forma. Uma coisa é certa: haverá consulta. “Existem diversas formas. Você pode fazer essa consulta através de uma convenção, de consulta pelos meios de comunicação, pela manifestação de cada um por meio do diretório. A executiva vai reunir e buscar a melhor forma de fazer esta definição. Estamos num momento de epidemia e provavelmente não vamos fazer uma convenção porque isso vai na contramão das orientações sanitárias”, pondera.
Início de um processo de construção
Outra liderança do MDB, o ex-deputado federal e economista Euler Morais, prega que o processo de construção da aliança está no início. “Construção partidária, um partido é forte e de grande capilaridade e naturalmente o governador vendo todo o cenário político-partidário do nosso estado entendeu que realmente, seria da parte dele, estratégico fazer um convite como foi feito hoje para que busquemos o entendimento e a possibilidade de uma aliança”, avalia.
Agora, é ir para a parte da maturação do projeto e a definição de cargos, caso haja a consolidação do casamento. “Acho que é isso que o Daniel Vilela como presidente do partido vai promover essa consideração de uma vaga na chapa majoritária, seja de vice ou de senador”, destaca. Morais diz que o próprio presidente estadual do partido bem como o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha – que inclusive, defende candidatura própria da legenda – seriam bons nomes que poderiam encabeçar uma chapa ao governo. Por isso, o momento é de avaliação. “Agora, o que nós temos que fazer é uma ponderação daquilo que pode representar melhor o poder de contribuição do partido nesse estágio que nós estamos vivendo e aquilo que poderíamos fazer de forma mais protagonista no processo outra alternativa”, pontua.
Sobre aqueles que defendem a candidatura própria cujo o nome de maior destaque é Mendanha, Euler diz que é fundamental trazê-los para a unidade e que Daniel Vilela irá conseguir promover uma conciliação por meio do diálogo. “Eu acho que é o momento de ouvir, discutir e amadurecer a decisão. Temos que levar em conta e com respeito a posição que a imprensa vem divulgando do desejo do prefeito Gustavo em se apresentar no processo. Mas sabemos que tanto ele como o Daniel vão buscar um diálogo e entendimento para aquilo que pode ser o melhor. Todos os dois tem um futuro enorme de liderança no nosso estado. Essa unidade é fundamental para que possamos avançar, fortalecendo o partido e definindo em conjunto aquilo que é melhor para o partido hoje, amanhã e depois.”