No dia 16 de janeiro, a NASA anunciou as dez equipes vencedoras do Nasa Space Apps Challenge 2024, administrado pela NASA Earth Science Division (Divisão de Ciências da Terra), entre eles, o estudante goiano Pedro Carvalho Cintra, de 22 anos. O jovem concluiu o ensino médio no Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás de Itumbiara, cidade de onde saiu aos 19 anos para cursar Engenharia da Computação na Unicamp. Agora, seu destino é os Estados Unidos (EUA), onde irá conhecer o laboratório da NASA responsável pela criação do telescópio Hubble.
Em entrevista ao Diário de Goiás na última quarta-feira (22), empolgado com o resultado, Pedro reconheceu que a educação foi o grande fator motivador da conquista. “Representa muita coisa na minha trajetória. Tudo que eu já conquistei, o fato de ter saído de uma escola pública e conseguir entrar na Unicamp já foi um grande feito para mim, mas essa conquista representa que o esforço vale a pena”, destacou o estudante de engenharia.
De acordo com Pedro, a iniciativa de participar da competição partiu dos próprios estudantes de seu grupo, formado por mais cinco integrantes, todos alunos de Engenharia da Computação na Unicamp. A competição, chamada NASA Space Apps é o maior hackathon (maratona de programação, em português) do mundo, organizado pela própria agência espacial americana.
Competição internacional
A NASA Space Apps contou com mais de 90 mil participantes espalhados em mais de 160 países e aconteceu durante dois dias seguidos. No desafio, os grupos resolveram problemas do mundo real na Terra e no espaço, com os dados gratuitos e abertos das 15 Agências Espaciais parceiras, incluindo dados do Programa Espacial Brasileiro (PEB). Foram avaliados a criatividade e a capacidade para desenvolver os sistemas utilizados nas ações propostas.
“Na competição, você é livre para usar sua criatividade e criar coisas. Então, a gente criou um modelo virtual 3D de visualizações de dados da NASA, contando com diversos tipos de dados e informações interessantes e de uma maneira bem visual para o público em geral”, detalha Pedro sobre o projeto que fez de sua equipe, chamada de Connected Earth Museum, uma das 10 vencedoras mundiais e uma das três vencedoras no Brasil.
Na fase internacional, dos 90 mil participantes, apenas 900 foram selecionados. A partir desses 900, 40 chegaram à final, e apenas 10 foram vencedores globais. Entre as equipes vencedoras estão três times brasileiros, dois canadenses, um estadunidense, um espanhol, um egípcio, um ucraniano e mais um dos Emirados Árabes.
Premiação de prestígio
Pedro revelou ao DG que a premiação, que vai acontecer de fato no dia 4 de junho de 2025, não inclui valores financeiros, mas garante uma chance única na vida: conhecer um laboratório privado da NASA. As dez equipes vencedoras vão ter acesso ao laboratório Goddard Space Flight, onde foi desenvolvido o telescópio Hubble, o primeiro telescópio espacial, lançado ao espaço pela agência americana em 1990.

A equipe de Pedro vai conseguir realizar a viagem graças a um patrocínio da Unicamp e de uma empresa da iniciativa privada. Apesar das dificuldades trilhadas de Itumbiara até a NASA, o estudante que desenvolveu o apreço pela educação ainda na escola pública destaca a necessidade de investimentos na área, como o incentivo a outros jovens brasileiros que também sonham com isso. “Perdemos grandes mentes por nem saber que elas existiam”, menciona.
“Nosso time ganhou na categoria de melhor projeto que une tecnologia e criatividade. Então, isso é um grande avanço, tanto para o Estado de Goiás quanto para o Brasil inteiro, de saber que aqui também tem gente muito criativa e que consegue resolver problemas usando tecnologia”, pontua Pedro.
Leia mais sobre: Cidades

