20 de dezembro de 2024
Brasil

Vínculo com PT e papel do Estado são temas de provocações em debate no Rio

O vínculo político com o PT e o tamanho da máquina pública foram temas de provocações entre o senador Marcelo Crivella (PRB) e o deputado Marcelo Freixo (PSOL) no primeiro debate dos candidatos à Prefeitura do Rio organizado na noite desta sexta-feira (7) pela TV Bandeirantes.

O debate foi morno, com tom respeitoso entre os dois. Grande parte da uma hora e meia de programa foram centradas em temas dos programas de governo, sem que os candidatos ressaltassem as diferenças entre um e outro.

O momento de maior embate foi quando, ainda no primeiro bloco, Freixo cobrou um posicionamento sobre os boatos e críticas duras feitas pelos apoiadores de Crivella, como o pastor Silas Malafaia.

“Tenho muito respeito ao senhor. Mas seus aliados não tiveram respeito comigo”, queixou-se o candidato do PSOL.

“Tem ao seu lado partidos que protagonizaram o maior escândalo da história do país, o petrolão. É da sua responsabilidade? Claro que não. Então, não pode me responsabilizar por isso. Não é justo que eu assuma coisas que não fiz”, disse o senador.

“Não fiz parte do governo que fez o petrolão. O senhor foi ministro”, afirmou o deputado logo em seguida.

Crivella também tomou a iniciativa da crítica ao atacar a proposta do candidato do PSOL de criar uma empresa de transporte público e mais quatro secretarias.

“Acredito que a função do Estado é ser menor, mais enxuto. Não gostaria de ver um município maior, com mais cargo. Abre espaço para corrupção, aparelhamento”, disse Crivella.

“Num primeiro momento de crise não dá para criar logo de cara uma empresa pública. Nós estamos enxugando a máquina politica sim. Não escondemos nenhum aliado da gente. Vamos poder nomear os melhores quadros e acabar com os quadros comissionados”, afirmou Freixo.

O candidato do PSOL aproveitou as considerações finais para convocar eleitores para um encontro com lideranças evangélicas. Sem criticar a Igreja Universal, da qual Crivella é bispo licenciado, afirmou que a cidade deve ser “espaço de todas as religiões, e não de uma só”. “O povo não é rebanho”, disse ele.

Os dois defenderam iniciativas criadas na gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), como o programa de Braços Abertos e a redução de velocidade máxima em vias urbanas.

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)


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