“Vai chegar o dia 30 de junho, a base vai fazer uma avaliação. Todos têm que ter um projeto com expectativa de vitória. Se no dia 30 de junho a base chegar a uma avaliação de que o candidato da base é político-eleitoralmente inviável, a base vai querer tomar outra posição”, afirmou o ex-deputado federal Vilmar Rocha (PSD), em entrevista à Rádio Bons Ventos.
Segundo o presidente do PSD Goiás, a sigla ainda não decidiu se continuará apoiando a base aliada do governo estadual, principalmente com a pré-candidatura do governador José Eliton (PSDB) à reeleição. Vilmar Rocha destacou que a decisão será tomada na durante as convenções, em julho. Pessoalmente, o ex-deputado federal preferia outro nome como pré-candidato ao Estado da parte da situação.
“Não está definido que não apoio, até porque não depende só de mim, depende do partido. Em julho vamos ouvir todo mundo e vamos definir. Se a decisão fosse minha, eu gostaria de ter o perfil de outra candidatura, com essas características, com o perfil que eu falei. Agora, eu tenho feito algo que é novo, há anos eu não falava com o senador Ronaldo Caiado e dentro da lógica. Eu fui um dos poucos que foi ao sacrifício político em favor dessa base. É o mesmo que acha que deveria ter uma reformulação, novos nomes, novas propostas, nova agenda. Acho até que contribuo com a base e com o processo político, de forma independente e autônoma, e às vezes até isolada, de levantar esse debate, desse processo de renovação e mudança”, afirmou.
Ainda conforme o presidente, José Eliton ainda precisa transmitir à população e aos companheiros da política confiança em poder vencer as eleições de 2018 e que será um bom gestor à frente do Estado pelos próximos quatro anos.
“Ele tem que melhorar bem. O parâmetro é ele transmitir para a sociedade e para a base a perspectiva de poder e demonstrar que possa fazer um bom governo. A confiança é tudo na política, até nas relações pessoais. Se você tem confiança, legal. Se você não tem confiança, é caso perdido”, disse.
Para isso, o tucano tem até junho para demostrar seu potencial. “Do dia 15 de junho ao dia 15 de julho vai estar todo mundo com olhos e sentimentos na Copa. A partir daí é que a sociedade vai, a grosso modo, a maioria das pessoas vai começar a prestar a atenção nos candidatos. É a partir daí que vai consolidar determinadas tendências ou não”, concluiu.
Perfil diferente
Vilmar Rocha enfatizou que sugeriu ao PSDB que lançasse outro nome para o governo de Goiás, desvencilhado do governo para que a população pudesse entender o candidato como renovação. No entanto, a posição só trouxe consequências ruins para o político.
“O natural, o normal seria que eu fosse um dos candidatos da base. São duas vagas, na vez passada fui candidato, tive um milhão de votos, um nome histórico da base, então eu seria um dos dois candidatos. A base que, sobretudo, os dirigentes do PSDB manifestou que não quis. Eu não acho ruim, sabe porquê? Porque antes disso eu já tinha manifestado a minha posição que eu achava que devia ser outro perfil de outro candidato a governador. E como eles sabem que tenho minha posição e eu mantenho, “então ele está fora”. Normal. Mas em função da minha posição, porque eu seria o candidato natural. Já que eles não concordaram com a minha proposta de um nome novo para o governador, de um candidato diferente do PSDB, fiquei de fora da possiblidade de ser candidato em alguma das duas vagas da base. São as consequências de um posicionamento que eu tomei. Não reclamo disso de forma alguma”, comentou.
De acordo com o presidente do PSD, Goiás vive um esgotamento assim como viveu em 1998, com o fim do ciclo do MDB no poder.
“Eu não gosto de fazer minhas análises fulanizando, falar em nomes, porque fica parecendo que é algo pessoal. Não é nada pessoal. É apenas uma formulação política, uma proposta política. Muita gente se acomoda no status co do governo, naquelas pequenas facilidades de estar no governo, naquelas pequenas conveniências do governo e, às vezes, não tem coragem de ousar, de mudar. […] Outra coisa: o que estou dizendo aqui hoje, nós dissemos em 1998, quando dissemos “O ciclo do MDB esgotou”. Eu acho que estou sendo coerente. Então, isso é uma proposta política, é uma formulação. O que eu não quero é fulanizar, até porque eu me incluo. Acho que tenho qualificações para ser governador de Goiás, mas acho que o perfil neste momento que devíamos levar para a sociedade, que quer mudanças, renovação, de alguém que não esteja imbricado, que não esteja dentro do atual governo”, concluiu.
Veja entrevista na íntegra:
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