15 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 12/02/2020 às 23:54

“Vigilantes ajudam, mas não resolvem o problema”, diz presidente do Sindicato de Escolas Particulares sobre violência

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particulares (Sinepe), Flávio Roberto, afirmou que a violência nas imediações das escolas deve ser tratada como problema social.

Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, pela Rádio 730, Flávio Roberto informou sobre uma reunião agendada entre o sindicato e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) na manhã de hoje (24), às 11h. Segundo o presidente da entidade, o tem como objetivo discutir a segurança nas imediações das escolas, assim como fazem com o Batalhão Escolar.

A reunião desta manhã foi marcada em decorrência da morte da estudante Nathalia Araújo Zucatelli na noite da última segunda-feira (22). De acordo com Flávio Roberto, além do crime que assustou a população da capital, outras ocorrências já foram registradas por estudantes, principalmente pelo roubo de celulares.

De acordo com o presidente do Sinepe, mesmo os atos criminosos ocorrendo fora das escolas, existe a preocupação com os estudantes e com a população de modo geral. “O nosso entendimento é que esse é um grande problema social, e há que se ter da população organizada, como um todo, uma percepção disso”, disse ele.

Flávio Roberto ressaltou a importância de se trabalhar na base escolar, apesar da deficiência da segurança. “Hoje nós temos uma carência de alunos em idade escolar, crianças com 3, 4 anos, que estão fora da escola e que com o tempo vão achar outro atrativo que são as drogas, o crime. É claro que existe uma carência de segurança pública, mas se você põe um segurança na porta da escola, o estudante vai ser atacado duas quadras para cima e não vai atuar no problema principal, na causa, que é o problema social”.

Flávio ressalta que a contratação de vigilantes nas escolas, ajuda na diminuição da violência, mas não resolve o problema. “O assaltante não tem medo. Ele vai aparecer em uma imagem, você tem o segurança que fica nas imediações, mas ele fica esperando o aluno na esquina, a 100 metros, 50 metros”.

Para o presidente do Sinepe, o ponto principal de discussão das instituições particulares é como a escola pode contribuir, junto com os alunos, de forma a mobilizar a sociedade para que todos possam pensar em uma solução para esse tipo de crime, que atinge a sociedade em geral. “Esse caso chamou a atenção, e de fato é muito triste, mas não podemos pensar só nessa questão pontual, é muito mais complexo”, disse ele, se referindo ao caso da Nathalia.

Conforme explicação de Flávio Roberto, o Batalhão Escolar faz uma ronda nas escolas particulares e públicas, já que não é possível deixar uma viatura em cada unidade da capital.

“A responsabilidade da segurança é do Estado. Mas a comunidade, os órgãos municipais, estaduais, federais, nós temos que nos unir. A gente fica chorando a dor de um filho que partiu, mas nós não atuamos na causa do problema. Vamos aumentar o policiamento, aumentar em 10 mil homens, mas o que vai acontecer com essas pessoas que foram abandonas pela sociedade e chegaram nessa fase?”, questionou Flávio.   

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