08 de agosto de 2024
Repercussão • atualizado em 10/10/2022 às 17:00

Vídeo que associa Bolsonaro ao canibalismo repercute na imprensa internacional

A veiculação veio após o Partido dos Trabalhadores (PT) exibir trecho da entrevista do presidente para o New York Times em 2016
Bolsonaro concedeu entrevista ao New York Times em 2016. (Foto: Reprodução / vídeo)
Bolsonaro concedeu entrevista ao New York Times em 2016. (Foto: Reprodução / vídeo)

A imprensa internacional repercute um vídeo que viralizou nos últimos dias que associa o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao canibalismo. A veiculação veio após o Partido dos Trabalhadores (PT) exibir trecho da entrevista do presidente para o New York Times em 2016.

Durante a propaganda, à campanha petista afirma que depois de todos os absurdos que o Brasil já ouviu do presidente Bolsonaro, agora surge ainda algo mais ”assustador” e na sequência, vem um trecho editado de uma entrevista concedida pelo presidente ao New York Times em 2016. Nas gravações, Bolsonaro relata uma viagem que que fez ao Haiti, e o mesmo conecta a viagem uma visita na comunidade indígena em Sururucu, no estado de Roraima.

“Vi mulheres se oferecendo lá [no Haiti] para o sexo, desculpa aqui, sem higiene nenhuma. Não comi, não preciso. Se precisar, eu como. Como quase comi um índio em Surucucu”, diz trecho do vídeo. Confira trecho da entrevista:

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Confira trecho do vídeo:

“Vi mulheres se oferecendo lá [no Haiti] para o sexo, desculpa aqui, sem higiene nenhuma. Não comi, não preciso. Se precisar, eu como. Como quase comi um índio em Surucucu. Vou te falar o que é comer um índio, vou te falar do índio. Não comi comida nenhuma lá, porque a pessoa fica em cima da panela abanando para não sentar mosca. Se parasse um segundo, enche de mosca. Estive em Surucucu certa vez. Daí comecei a ver lá as mulheres índias passando com carregamento de bananas nas costas, uma atrás da outra. E o índio passa limpando os dentes com capim. Eu perguntei: ‘O que está acontecendo?’, porque vi muita gente andando. ‘Morreu um índio e eles estão cozinhando’. Eles cozinham o índio. O corpo. Para comer. Cozinha por dois, três dias e come com uma banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: ‘Se for, tem que comer’. Falei: ‘Eu como’. Daí a comitiva, ninguém quis ir. ‘Vamos comigo lá’, ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá. Aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo, tá ok?”.

Repercussão

O jornal Britânico The Guardian repercutiu o assunto. Segundo o jornal, os rivais se gabam de canibalismo desenterrado de Bolsonaro e ainda completa: ”Foi uma declaração chocante, mesmo para um político que glorificou torturadores e pediu que os rivais fossem fuzilados”. Para o jornal, o anúncio da campanha da última sexta-feira foi talvez o mais chocante até agora.

O ministro da Comunicação do presidente Jair Bolsonaro, Fábio Faria, chamou o anúncio de Lula de “fake news” e alegou que os comentários foram distorcidos. Os advogados de Bolsonaro exigiram que as autoridades eleitorais proibissem o anúncio.

Lula nega espalhar fake news

No último sábado (8), uma decisão liminar ordenou que o Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula retirasse o anúncio que poderia prejudicar a reputação do presidente e afetar até mesmo a integridade do processo eleitoral. Para o juiz, as falas de Bolsonaro “referiram-se a uma experiência específica em uma comunidade indígena, vivida de acordo com os valores e a moralidade existentes nesta sociedade”.

Já o ex-presidente Lula negou espalhar desinformação. “Eu vi a filmagem. Não é invenção, estamos simplesmente deixando as pessoas saberem como é o nosso oponente”, destaou a apoiadores.


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