17 de novembro de 2024
Brasil

Vídeo: “Não renunciarei”, diz Michel Temer em pronunciamento

Michel Temer (PMDB) continua no cargo de presidente da República. Ele fez um rápido pronunciamento na tarde desta quinta-feira (18) e declarou que que nesta semana o governo dele teve o melhor e pior momento. O peemedebista apontou que a economia estava se recuperando até que nesta quarta-feira, o Brasil “voltou a se assustar com o fantasma da crise política”. Temer diz que não renunciará ao cargo de presidente.

Veja ao vivo:

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Temer foi alvo de uma delação feita pelos donos do Grupo JBS Joesley Batista e o seu irmão Wesley, em que o peemedebista foi gravado dando aval para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Temer disse que as gravações feitas foram clandestinas e acusou de ser um instrumento para abalar a instabilidade do país. Ele disse que não autorizou ninguém para pagar a determinada pessoa que fique calada. Temer foi enfático: “Não temo nenhuma delação” e disse ainda que “nada tem a esconder”.

“Demonstrarei não ter envolvimento com os fatos. Não renunciarei” ,declarou o presidente da República, durante rápido pronunciamento que fez no Palácio do Planalto.

Leia o pronunciamento do presidente Temer

Olha, ao cumprimentá-los, eu quero fazer uma declaração à imprensa brasileira e uma declaração ao País. E, desde logo, ressalto que só falo agora – os fatos se deram ontem – porque eu tentei conhecer, primeiramente, o conteúdo de gravações que me citam. Solicitei, aliás, oficialmente, ao Supremo Tribunal Federal, acesso a esses documentos. Mas até o presente momento não o consegui.

       Quero deixar muito claro, dizendo que o meu governo viveu, nesta semana, seu melhor e seu pior momento. Os indicadores de queda da inflação, os números de retorno ao crescimento da economia e os dados de geração de empregos, criaram esperança de dias melhores. O otimismo retornava e as reformas avançavam, no Congresso Nacional. Ontem, contudo, a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe volta o fantasma de crise política de proporção ainda não dimensionada.

       Portanto, todo um imenso esforço de retirar o País de sua maior recessão pode se tornar inútil. E nós não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do País. Houve, realmente, o relato de um empresário que, por ter relações com um ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar. Não solicitei que isso acontecesse. E somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário.

       Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagassem a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém. Por uma razão singelíssima: exata e precisamente porque não temo nenhuma delação, não preciso de cargo público nem de foro especial. Nada tenho a esconder, sempre honrei meu nome, na universidade, na vida pública, na vida profissional, nos meus escritos, nos meus trabalhos. E nunca autorizei, por isso mesmo, que utilizassem o meu nome indevidamente.

       E por isso quero registrar enfaticamente: a investigação pedida pelo Supremo Tribunal Federal será território, onde surgirão todas as explicações. E no Supremo, demonstrarei não ter nenhum envolvimento com esses fatos.

       Não renunciarei, repito, não renunciarei! Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida, para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Esta situação de dubiedade ou de dúvida não pode persistir por muito tempo. Se foram rápidas nas gravações clandestinas, não podem tardar nas investigações e na solução respeitantemente a estas investigações.

Tanto esforço e dificuldades superadas, meu único compromisso, meus senhores e minhas senhoras, é com o Brasil. E é só este compromisso que me guiará.

Muito obrigado. Muito boa tarde a todos.”

Relembre os fatos

De acordo com reportagem do jornalista Lauro Jardim, divulgada pelo O Globo, os irmãos Batista, donos da JBS apresentaram informações ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. Na delação, eles destacaram que Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, o parlamentar foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley Batista.

Segundo a reportagem, Temer ouviu do empresário Joesley Batista, da JBS, que ele estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para que ficassem em silêncio. Ainda segundo o jornal, o presidente disse: “Tem que manter isso, viu?”


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