26 de novembro de 2024
Brasil

Vídeo mostra que menino Luan entrou em trilho para correr atrás de família

Imagens das câmeras de segurança do Metrô de São Paulo mostram que o menino Luan, 3, entrou nos trilhos da linha 1-azul para correr atrás da composição onde estava sua família quando foi atingido por trem que vinha em seguida, na manhã de 23 de dezembro do ano passado. 
A criança estava com a família no vagão parado há poucos segundos na estação Santa Cruz quando escapou das mãos da mãe Linéia Oliveira Silva, 26, e saiu para a plataforma. 
As portas do vagão se fecharam, a mãe não conseguiu alcançá-lo e Luan ficou sozinho na plataforma da estação enquanto sua família seguiu para a próxima parada, na estação Praça da Árvore.
Imagens dos trilhos mostram o menino correndo pelo túnel quando passa uma composição em seguida. Segundo inquérito, Luan foi atropelado cerca de quatro minutos após ter saído da composição.
Os advogados de defesa da mãe afirmam que Luan teve acesso aos trilhos por uma porta baixa de ferro que não estava trancada. “Isso mostra que o metrô não é um lugar seguro para crianças”, disse o advogado Ariel Castro Alves, que tem acompanhado as investigações.
Segundo Ariel, o metrô foi informado por uma mensagem de celular enviada por um passageiro às 11h07 de que havia uma criança perdida na estação Santa Cruz. “Os operadores de trens foram comunicados somente às 11h45 e os trens foram parar às 12h32 quando um operador avistou o corpo do menino no trilho”, diz Ariel. O advogado disse não saber quantas vezes o corpo do menino foi atingido pelas composições, que trafegavam de quatro em quatro minutos naquela manhã. 
A mãe conta que estava levando Luan e os outros dois filhos de 7 e 9 anos, o padrasto e seu sogro para o litoral sul quando ocorreu a tragédia. Era a segunda vez que a dona de casa andava de metrô. “Só rezava para ninguém ter pegado meu filho e ter feito algum mal”, disse Linéia.
Ela conta que segurava uma bolsa e uma mochila e estava com Luan no colo quando uma das bagagens caiu e ela precisou colocar o menino em pé. 
Nesse momento, os passageiros desceram na estação Santa Cruz e sobraram lugares para sentar próximos de seu marido e sogro. Foi quando ela disse para o filho: “vamos”. “Ele pode ter entendido que era para descer do vagão e saiu correndo”, disse Ariel.
Segundo a defesa da mãe, a operadora que atingiu Luan pela primeira vez disse em depoimento que só soube do atropelamento no dia seguinte e que é orientada pela direção do metrô a monitorar as câmeras internas dos vagões para coibir a ação de vendedores ambulantes. 
O advogado Ariel disse que irá requisitar uma reconstituição do acidente e exigir uma investigação aprofundada sobre a conduta dos funcionários do metrô diante do monitoramento de imagens em tempo real. 
A mãe de Luan disse que não dorme direito desde o acidente e que vem recebendo acusações nas redes sociais e também de seu ex-marido, pai de seus três filhos, que a acusa de ter negligenciado o cuidado de Luan. “Disseram até que eu tinha jogado meu filho nos trilhos”, disse.
As novas imagens servem para provar que a mãe não teve culpa, de acordo com Ariel.


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