Após um vídeo divulgado nesta semana, em que uma executiva da Pfizer, Janine Smalls, diz que a empresa não sabia se a vacina da Covid-19 pararia a transmissão antes de entrar no mercado, o instituto de checagem de fatos Politifact esclareceu a informação. Assista, antes, o vídeo que tem sido divulgado.
De início, o portal de checagem de fatos informou que a “Pfizer nunca afirmou que um ensaio clínico para sua vacina COVID-19 estava testando se a vacina impedia a transmissão do coronavírus para outras pessoas. O objetivo do teste do medicamento era estudar se a vacina era segura e se prevenia a doença por SARS-CoV-2”.
Inclusive, os detalhes do ensaio clínico da Pfizer para sua vacina COVID-19 estão disponíveis online desde novembro de 2020. Quando a Food and Drug Administration dos EUA anunciou em dezembro de 2020 sua autorização de uso emergencial para a vacina da Pfizer, a agência disse que não havia dados disponíveis sobre se a injeção impedia a transmissão de pessoa para pessoa, mas sim, a imunização.
O vídeo em que Rob Roos, um membro conservador do Parlamento Europeu da Holanda, aparece falando com Janine, além de editado é usado como prato cheio para negacionistas. Mas o evento, que aconteceu na última segunda-feira (10), era apenas um compartilhamento de informações, já conhecidas e divulgadas sobre a fabricação, distribuição e acesso de vacinas e tratamentos contra Covid-19.
O debate se concentrou nas atividades desenvolvidas para desenvolver vacinas para novas variantes, no processo de autorização e na transparência dos contratos.
Portanto, apesar de dizer que se trata de algo “escandaloso”, segundo Roos, em que diz, no seu vídeo, que “ser vacinado para os outros sempre foi uma mentira”, a Pfizer, a Food and Drug Administration dos EUA e as notícias antes da aprovação da vacina deixaram claro que, embora a vacina fosse eficaz na prevenção de infecções e doenças graves, não havia dados sobre se ela interrompeu a transmissão para outras pessoas.
Então, afirmar que a Pfizer “admitiu” que não testou sua vacina e sua capacidade de interromper a transmissão está incorreta. Andrew Widger, porta-voz da Pfizer, disse em comunicado que os detalhes de seu ensaio clínico de fase 3 estão online desde 2020 e que o ensaio nunca teve a intenção de estudar a transmissão, mas que houve, sim testes.
O ensaio clínico de fase 3 foi “projetado e desenvolvido” para avaliar a eficácia da vacina COVID-19 na prevenção de doenças causadas por SARS-CoV2, incluindo doenças graves, disse Widger. “Parar a transmissão não foi um ponto final do estudo”, disse ele, o que significa que não era um resultado que estava sendo estudado.
Por fim, o site de checagem de fatos Potifacts, classificou a informação como falsa, por que não se trata de uma revelação. “O ensaio clínico da Pfizer sempre teve como objetivo estudar se a vacina impedia que os receptores fossem infectados com COVID-19 e se evitava doenças graves. A Pfizer não afirmou ter dados sobre a transmissão do vírus para outras pessoas”.