09 de janeiro de 2025
Resposta • atualizado em 09/12/2024 às 13:11

Vice-presidente da CNA anuncia ação contra Carrefour na União Europeia

A proposta é questionar a postura de algumas empresas que, ao declararem que não comprariam carne brasileira, tentaram denegrir a imagem do produto
Segundo Schreiner, a CNA anunciou que tomará medidas legais contra o Carrefour e outras empresas francesas que atacaram a carne brasileira. (Foto: Reprodução).
Segundo Schreiner, a CNA anunciou que tomará medidas legais contra o Carrefour e outras empresas francesas que atacaram a carne brasileira. (Foto: Reprodução).

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, expressou sua indignação sobre a postura do Carrefour e outras empresas francesas que anunciaram que não irão mais comprar carnes produzidas em países do Mercosul. Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, ele afirmou que a CNA irá propor uma ação judicial junto à União Europeia para buscar a reparação pelos danos causados à imagem do produto brasileiro.

O vice-presidente da CNA afirma que os produtores brasileiros foram impactados por informações falsas e que acionará seu escritório de advocacia em Bruxelas, na Bélgica, onde está a sede da União Europeia, para formalizar uma reclamação. “O nosso secretário de advocacia em Bruxelas está estudando a melhor forma de nós entrarmos com essa ação. É uma ação de reparação da imagem, né, é uma reparação da imagem que o Carrefour causou a um produto brasileiro”, explicou Schreiner.

A ação será protocolada assim que todos os trâmites forem concluídos. Já iniciamos as conversas na semana passada e, com certeza, antes do final do ano, a ação de reparação dos danos à imagem do produto brasileiro será oficialmente registrada.

José Mário afirmou que é inaceitável que empresas como o Carrefour façam declarações prejudiciais à imagem do produto brasileiro. Ele destacou que o Brasil, hoje uma potência mundial na produção de alimentos, tem adotado práticas sustentáveis e de alta qualidade na produção de carne, e que o ataque às exportações brasileiras não tem fundamento. Segundo ele, é necessário que as corporações internacionais respeitem o Brasil e seus trabalhadores, que estão envolvidos no processo de produção e que têm orgulho do que fazem.

No Brasil, existem profissionais dedicados, trabalhadores comprometidos e, acima de tudo, cidadãos que zelam pelo nosso país. O nosso objetivo é, justamente, garantir que, no futuro, ninguém venha a duvidar da seriedade e da qualidade do que produzimos. Este é um processo educativo para que o mundo, especialmente as grandes corporações, passe a enxergar o Brasil de forma justa e respeitosa.

Segundo Schreiner, a CNA anunciou que tomará medidas legais contra o Carrefour e outras empresas francesas que atacaram a carne brasileira. A confederação está preparando uma ação de reparação de danos à imagem do produto brasileiro junto à União Europeia. A proposta é questionar a postura de algumas empresas que, ao declararem que não comprariam carne brasileira, tentaram denegrir a imagem de um produto que é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade.

Schreiner também esclareceu que, embora a ação judicial seja promovida pela CNA, o governo brasileiro será informado e poderá apoiar a iniciativa. A confederação está trabalhando com um escritório jurídico em Bruxelas para protocolar a ação ainda antes do final do ano. Ele destacou que a reação do setor foi rápida e contundente, refletindo o empenho de toda a cadeia produtiva para proteger a imagem do Brasil no exterior.

Reação do setor agropecuário

Para Schreiner, a rápida reação do setor agropecuário foi essencial para enviar uma mensagem clara de que o Brasil não aceita ataques infundados à sua produção. Ele destacou que o Brasil merece respeito e que não aceitará que empresas ou corporações internacionais façam afirmações prejudiciais sem fundamento. O presidente da Faeg concluiu ressaltando que essa ação judicial não é apenas uma resposta ao Carrefour, mas também um processo educativo, para que o mundo passe a ver o Brasil de forma diferente e respeitosa.

O setor como um todo, incluindo a indústria, reagiu de forma contundente, pois estamos todos interligados em uma cadeia produtiva. A ação do governo também foi forte e positiva, buscando reparação. No entanto, a resposta que recebemos não foi suficiente. Essa reação deixa claro que precisamos e, acima de tudo, merecemos respeito.

Desafio Diplomático

Schreiner também comentou sobre as negociações para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que recentemente avançaram, mas ainda enfrentam resistência de alguns países, como a França. Segundo ele, embora a manifestação do Carrefour não tenha relação direta com o acordo, o episódio evidencia a pressão política da França contra o acordo de livre comércio com o Mercosul. A expectativa da CNA é que a diplomacia brasileira continue trabalhando para garantir a aprovação do acordo, que, para Schreiner, representa uma grande oportunidade para o Brasil.


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