27 de dezembro de 2024
Política

Viagem de Paulo Garcia é aprovada sob forte debate em que oposição, para criticá-lo, elogia Iris

O pedido protocolado pelo prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), na terça-feira, 12, solicitando autorização do Legislativo para se ausentar do país entre os dias 20 e 28 de novembro foi aprovado, na manhã desta quinta-feira, 14, por 20 votos a quatro, ao custo de intenso debate entre os vereadores.

A viagem é para Washington,  nos Estados Unidos, e é justificada pelo convite feito ao prefeito para que este seja orador na conferência “Soluções de Demanda: Ideias para melhorar a qualidade de vida”, realizada na sede do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

A missão delegada ao prefeito originou uma série de questionamentos, por parte dos oposicionistas na Câmara, sobre a competência do gestor para falar sobre sustentabilidade e qualidade de vida. “Os responsáveis por este convite deviam passear por Goiânia. Só assim veriam que a gestão de Paulo Garcia é contrária ao tema que ele deverá defender em Washington. Peço aos vereadores que votem contra. Quem sabe, se o prefeito ficar em Goiânia, não tenha tempo para fazer algo pela cidade”, disse o vereador Pedro Azulão Júnior.

Ironicamente, quem fez a defesa imediata do prefeito foi o tucano, portanto adversário, Anselmo Pereira, que dividiu a responsabilidade dos problemas de Goiânia entre os próprios vereadores. “A culpa de uma gestão ineficiente também é nossa. Devemos focar o debate e cobrar, com mais rigor, a aplicação de um plano diretor verdadeiramente eficaz”, disse Anselmo.

Paulo Magalhães (PV) comparou a viagem do prefeito com as viagens do governador Marconi Perillo (PSDB) e ressaltou que, no que diz respeito aos resultados da peregrinação dos gestores, Paulo Garcia tem trazido bem mais benefícios. “O governador já viajou tanto que não tem mais o que fazer lá fora. O prefeito, ao menos, traz ideias e recursos para a Capital. Ele faz de suas viagens um investimento”, defendeu.

Na onda de comparações, Geovani Antônio (PSDB) foi duro e disse que a única forma dele concordar com a viagem é pensar que Goiânia ficará melhor sem Paulo Garcia. “Talvez seja bom ele se ausentar. Só assim a administração goianiense ficará nas mãos de uma pessoa responsável e competente, que é o vice prefeito Agenor Mariano (PMDB). Aliás, o único beneficiado com a gestão de Paulo foi Pedro Wilson, que encontrou na história de Goiânia um prefeito pior que ele.”

Outro ponto inusitado no debate foi a ampla defesa ao ex-governador Iris Rezende (PMDB). Os que outrora fizeram árdua oposição ao peemedebista, agora resgatam fatos de sua administração como pontos favoráveis que, segundo eles, não foram mantidos por Paulo Garcia.

“Fiz oposição ao Iris, mas temos que admitir os benefícios que ele trouxe para Goiânia e suas qualidades incomparáveis, no que diz respeito ao atual prefeito. Falar em sustentabilidade chega a ser uma ironia, pois Paulo não consegue manter as praças construídas por Iris Rezende”, disse Geovani Antônio.

Doutora Cristina (PSDB), apesar de novata no Legislativo, também elogiou Iris e lamentou a falta de uma política de continuidade por parte do prefeito petista. “Admiro e respeito muito Iris Rezende, um exemplo de gestor. Uma pena que Paulo Garcia não tenha conseguido, sequer, manter o que foi feito por Iris.”

Desincompatibilização

No ensejo da discussão, os vereadores oposicionistas pediram para que Paulo Garcia se desincompatibilize no próximo ano. “Para ser candidato a qualquer coisa”, justificou Pedro Azulão Júnior, que ressaltou acreditar em benefícios à população goiana com a saída do petista.

A líder do prefeito na Casa, vereadora Célia Valadão (PMDB), defendeu Paulo e disse desconhecer as críticas dos companheiros. “Vocês não devem conhecer Goiânia, de fato. Paulo tem feito inúmeras obras e melhorado, sim, a qualidade de vida dos goianiense.”

Tayrone di Martino (PT) também se pronunciou em prol de Paulo Garcia e disse ser “injustas” as reclamações, além de “descabidas e fora de contexto”.

 


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