Por Fábio Hecico, especial para O Estado
O holandês Max Verstappen foi o grande vencedor do GP da França de Fórmula 1. Numa ótima apresentação no circuito de Paul Ricard, o piloto da Red Bull ultrapassou Lewis Hamilton na penúltima volta para ganhar pela terceira vez na temporada e ampliar sua vantagem na liderança do Mundial de Pilotos.
Com estratégia de duas paradas e brilho na pilotagem, o holandês conseguiu desbancar a Mercedes num circuito no qual ela vinha dominando nos últimos anos. Com o grande resultado na França, Verstappen agora tem 12 pontos de vantagem sobre o inglês (131 a 119) e a Red Bull abriu 37 no Mundial de Construtores.
Apesar do belo resultado, Verstappen garante que não foi nada fácil. Na verdade, ele revelou ter passado por momentos tensos e só aproveitou a prova nas voltas finais. “Na parte final, curti, pois no começo foi muito difícil segurá-los”, admitiu o vencedor “Decidimos fazer a segunda parada e demos sorte de ultrapassar no fim. Foi muito difícil, muitos carros pela frente, mas demos sorte. Agora é pensar na próxima corrida e vai ser assim até o fim do campeonato.”
Hamilton, apesar de deixar escapar a vitória no fim, gostou do resultado. Ele deu os parabéns a Verstappen e admitiu que a Mercedes precisa melhorar seu ritmo de prova, sobretudo nas retas, onde bem perdendo velocidade.
Dominante nos treinos livres, Max Verstappen largou bem e quando todos imaginavam que manteria a pole position, o holandês saiu na pista num erro na curva 3 e acabou perdendo o primeiro lugar para Lewis Hamilton. Ele perdeu a traseira.
O inglês queria se redimir do erro no GP do Azerbaijão, em Baku, no qual passou direto numa relargada, e retomar a liderança perdida há duas corridas. Com a primeira posição momentânea, passaria Verstappen em três pontos, sem contar a bonificação da volta mais rápida.
Quando tentava pressionar o holandês pelo segundo lugar, Bottas também errou, saindo da pista. Acabou indo trocar os pneus antes de todos. Verstappen trocou na volta 19, enquanto Hamilton entrou na seguinte. O inglês demorou na entrada dos boxes e acabou perdendo o primeiro lugar, mesmo com troca excelente de pneus.
Num circuito com muitos pontos de ultrapassagem, quem se destacavam eram Daniel Ricciardo e Lando Norris, fazendo bela prova com seus carros da McLaren. Por outro lado, a Ferrari não rendia bem após destaque em Mônaco e Baku.
Enquanto isso, na frente, Verstappen dizia temer não chegar ao fim da prova com os jogos de pneus. Ele desgastava mais seus monopostos ao se defender dos ataques de Hamilton e a Mercedes acreditava que o holandês da Red Bull não estava blefando. Restaria saber se o inglês não precisaria de trocas.
O holandês optou por parar na volta 32 para não correr riscos. Voltou com pneus macios. Faltando 20 voltas, Hamilton já negociava com seus engenheiros para não fazer nova parada. Somente assim teria chances de vitória.
Após a troca, entretanto, Verstappen vinha tirando dois segundos por volta, se aproximando rapidamente dos três primeiros. O companheiro Sérgio Perez abriu passagem e ele agradeceu pelo rádio. Já vinha com o ponto extra da volta mais rápida e a previsão era colar logo nas Mercedes.
Hamilton, depois de economizar pneus o máximo que pôde, resolveu aumentar seu ritmo para adiar a briga pela posição. Mesmo assim, era mais lento que o líder do Mundial. Começou a virar 1 minuto e 37. Perdia meio décimo por volta. Mas tinha Bottas como escudo contra o holandês.
O finlandês, contudo, também sofria com os desgastes dos pneus. Não conseguiria resistir a um ataque de Verstappen por muito tempo. Restando 10 voltas, o holandês encostou. Bottas errou e facilitou a ultrapassagem. Cinco segundos separavam líder e segundo colocado.
O finlandês reclamou com a equipe pela estratégia adotada pela Mercedes. Perdeu o segundo lugar e viu Perez encostar. Bottas queria fazer duas trocas. Apesar da bronca, a opção de uma troca estava dando certo com Hamilton em primeiro, que deu uma escapada da pista restando cinco voltas.
Pérez ganhou um lugar no pódio com ultrapassagem sobre Bottas restando quatro voltas. A Red Bull estava mais inteira na corrida e Verstappen tinha duas voltas para ultrapassar Hamilton Passou sem resistência do inglês e ganhou pela terceira vez na temporada.
No fim, enorme festa da Red Bull e um mea-culpa da Mercedes para com Hamilton, que também havia sugerido outra estratégia. Enquanto Verstappen vibrava muito e recebeu os parabéns do pai, Hamilton desceu do carro desolado, mas agradeceu o apoio da torcida. Pela primeira vez no ano a Red Bull teve seus dois pilotos no pódio.
Veja a classificação do GP da França:
1º) Max Verstappen (HOL/Red Bull), em 1h36min942
2º) Lewis Hamilton (GBR/Mercedes, a 2s904
3º) Sergio Pérez (MEX/Red Bull), a 8s811
4º) Valtteri Bottas (FIN/Mercedes), a 14s618
5º) Lando Norris (GBR/McLaren), a 1min4s032
6º) Daniel Ricciardo (AUS/McLaren), a 1min15s857
7º) Pierre Gasly (FRA/AlphaTauri), a 1min16s596
8º) Fernando Alonso (ESP/Alpine), a 1min17s695
9º) Sebastian Vettel (ALE/Aston Martin), a 1min19ss666
10º) Lance Stroll (CAN/Aston Martin), a 1min31s946
11º) Carlos Sainz (ESP/Ferrari), a 1min39s337
12º) George Russell (GBR/Williams), a uma volta
13º) Yuki Tsunoda (JAP/AlphatTauri), a uma volta
14º) Esteban Ocon (FRA/Alpine), a uma volta
15°) Antonio Giovinazzi (ITA/Alfa Romeo), a uma volta
16º) Charles Leclerc (MON/Ferrari), a uma volta
17º) Kimi Raikkonen (FIN/Alfa Romeo), a uma volta
18º) Nicholas Latifi (CAN/Williams), a uma volta
19º) Mick Schumacher (ALE/Haas), a uma volta
20º) Nikita Mazepin (RUS/Haas), a uma volta
(Conteúdo Estadão)
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