Vereadores aguardam para a manhã desta segunda-feira (31) uma reunião com o prefeito Rogério Cruz e secretários para debater uma solução para o reajuste de IPTU em Goiânia. A pressão popular após os aumentos verificados pelos contribuintes incomodou os parlamentares e gerou uma reação em cadeia na Câmara e há quem defenda até a revogação do Código Tributário, aprovado no ano passado.
No fim de semana, pelo menos 12 vereadores já haviam assinado uma lista para reunir-se com Cruz. O número aumentou com parlamentares que chegam de viagem e deve chegar a duas dezenas, praticamente todos eles da base. Parlamentares da oposição, como Mauro Rubem (PT) e Lucas Kitão (PSL), não devem participar do encontro.
O petista, aliás, é autor de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que pede a suspensão do Código Tributário. Para ele, os vereadores que hoje pedem a revogação poderiam sustentar a ADI, que seria um instrumento mais rápido de readequação do IPTU.
“Nós temos uma ADI que a prefeitura, inclusive, tem que se manifestar nela. E penso que os vereadores da base que estão defendendo a revogação caminham rápido. O legal seria convencer a Prefeitura de assumir a culpa na ação direta que está tramitando, Inclusive nesses dias, agora, é o momento da Prefeitura se pronunciar nesta ação. O caminho rápido que pode resolver é isso”, disse Mauro Rubem ao DG.
Base pressiona
No último sábado (29), o vereador Ronilson Reis, que faz parte da base de Rogério Cruz, chamou de manobra a atuação do Paço no reajuste do IPTU. Segundo ele, a Prefeitura aumentou o tributo além da trava dos 45%, adicionando inflação e também reavaliação da planta de valores. Irritado, ele disse ainda que o secretário de Governo, Arthur Bernardes, era o responsável pelo reajuste elevado e ameaçou sair da base.
“Como parlamentar, me senti enganado. Não votei nesse sentido, de meter a mão no bolso do goianiense. Isso é meter a mão, descaradamente, no bolso do goianiense. Isso ficou ruim para a Câmara. Votamos conscientes, mas no Paço houve essa manobra e tornou-se insustentável. Estamos em pandemia, e as pessoas não têm condição de pagar esse aumento” , afirmou.
Há pressão, inclusive, para que Rogério Cruz demita Arthur Bernardes da Secretaria de Governo. O próprio líder do prefeito, Leandro Sena, não rebate as especulações que o desejo é crescente entre os parlamentares e diz que a articulação com a Prefeitura servirá para “fazer todo o possível” para sanar o desgaste gerado com o aumento do IPTU.
A vereadora Sabrina Garcez (PSD), que relatou a matéria na Casa, é mais ponderada e diz que ainda vai ouvir o prefeito. “Já fiz alguns pedidos sobre a condução e o diálogo da Prefeitura com os contribuintes, e aguardo repostas”, disse.
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