22 de novembro de 2024
Internet

Veja como agem criminosos que caçam menores de idade no Discord para violência sexual

Nova reportagem do Fantástico mostrou mais detalhes sobre como crimes tem sido cometidos
Polícia Federal identificou mais dez vítimas de torturas no Discord. (Imagem: reprodução)
Polícia Federal identificou mais dez vítimas de torturas no Discord. (Imagem: reprodução)

Há alguns meses o Discord, aplicativo popular entre adolescentes, tem ficado no centro de polêmicas por estar sendo usado como meio para serem cometidos crimes. Em abril, uma reportagem do Fantástico já havia mostrado criminosos que abusavam de menores de idade e, agora, o programa da TV Globo voltou com mais detalhes e novas informações sobre o assunto.

Na edição deste domingo (25), uma nova investigação revelou que o submundo perverso no Discord continua e gera mais vítimas, muitas ainda menores de idade. O esquema funciona da seguinte forma: pessoas podem se comunicar em transmissões ao vivo de vídeos dentro da plataforma, e elas não ficam salvas. Dessa forma, criminosos chantageiam vítimas para cumprir desafios. Se ela não aceitar, fotos íntimas são vazadas.

Um dos criminosos mostrados pela reportagem do Fantástico, tinha vários aparelhos de armazenamento que revelavam uma coleção cruel: “backup das vagabundas estupráveis”. Eram dezenas de meninas violadas, chantageadas, expostas, catalogadas, muitas menores de idade.

Os agressores, por sua vez, se sentem protegidos pelo anonimato e se tornam cada vez mais cruéis. Como não há leis específicas para aplicativos como o Discord, a plataforma se isenta de responsabilidades e dificulta o trabalho das autoridades em punir os criminosos.

Na última ação da Polícia Federal (PF), ao menos, ocorrida na última sexta-feira (23), foram presos dois criminosos que agiam na plataforma e identificaram mais um, Carlos Eduardo, conhecido como DPE, que está foragido. Vale lembrar que o Ministério Público de São Paulo também investiga o próprio Discord para ajudar a encontrar mais criminosos.

O Discord, por sua vez, por meio do porta-voz da empresa, afirmou apenas que a plataforma “não tolera comportamento odioso”. Em reposta à reportagem do programa global, a plataforma disse: “Nós somos um produto gratuito para mais de 150 milhões de usuários ao redor do mundo, e de tempos em tempos, conteúdo mau e comportamento mau vão acontecer. Nós trabalhamos ativamente para remover esse conteúdo”.

Sobre o Discord

O aplicativo, inicialmente com foco em voz, é gratuito e foi projetado inicialmente para comunidades de jogos. O Discord foi lançado em 2015, está disponível para diversos sistemas operacionais e, em dezembro de 2016, os desenvolvedores já haviam anunciado que ferramenta era usada por mais de 25 milhões de usuários.

Sete anos depois, estima-se que plataforma seja usada por mais de 150 milhões de pessoas. A suspeita é de que, por conta da pandemia, o Discord deixou de ser nichado e jovens passaram buscar formas de conversar com os amigos e ingressar em comunidades on-line em plataformas desconhecidas por adultos. Com isso, a ferramenta foi avaliada em US$ 14,7 bilhões, de acordo com o PitchBook, um provedor de dados de mercado.


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