22 de dezembro de 2024
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Vaticano confirma existência de diretrizes secretas para padres com filhos, diz jornal

Vaticano, em Roma (Foto Divulgação)
Vaticano, em Roma (Foto Divulgação)

O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (18) que tem um documento interno com orientações sobre como lidar com padres que quebraram o voto do celibato e tiveram filhos, afirmou o The New York Times.
No dispositivo, a igreja pressiona os religiosos a priorizar o bem-estar da criança e a deixar o sacerdócio.
Segundo o Times, é a primeira vez que a igreja confirma a existência de tal documento. 
 “Posso confirmar que essas diretrizes existem”, disse o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, em resposta a um questionamento do The New York Times. “Trata-se de um documento interno.”
A revelação ocorre às vésperas de encontro da cúpula da Igreja Católica no Vaticano sobre abusos sexuais cometidos por clérigos e religiosos.
Também estarão lá ativistas, vítimas de abuso do clero e também filhos de padres. Um deles é Vincent Doyle, um psicoterapeuta de Irlanda que descobriu que seu pai biológico é, na verdade, o padre que lhe foi apresentado pela mãe como padrinho, informou o Times.
“Este será o próximo escândalo”, afirmou Doyle ao jornal. “Há crianças por toda parte.” 
Doyle criou uma rede para ajudar outras pessoas que, como ele, sofriam com a vergonha de ser fruto de um relacionamento que poderia levar a um escândalo na igreja. 
Não há estimativas de quantas sejam essas crianças. Mas, segundo Doyle, há 50 mil usuários de 175 países registrados em seu grupo, o Coping International. 
Porém, quando ele pressionou bispos para reconhecer a paternidade, ele descobriu que não estava sozinho quando soube da existência do documento.
Doyle afirma que viu as diretrizes pela primeira vez em 2017, pelas mãos do arcebispo Ivan Jurkovic, enviado do Vaticano para as Nações Unidas, em Genebra. 
“Vocês são chamados de ‘filhos dos ordenados'”, disse Jurkovic, segundo Doyle. “Fiquei chocado de saber que eles tinham um termo para isso.”
Jurkovic não quis dar entrevista ao jornal The New York Times.


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