O varejo brasileiro registrou no ano passado o fechamento líquido de 108,7 mil lojas com vínculo empregatício em todo o país. É o pior resultado da série histórica iniciada em 2005 pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), quando o setor fechou com um saldo líquido positivo de mais de 45 mil lojas abertas. As informações são da Agência Brasil.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (13). A CNC explica que, apesar de fechar 2016 com o pior resultado desde 2005, a queda do número de lojas foi menos acentuada no segundo semestre do ano passado, o que pode ser um indício de que a economia está começando a dar sinais de recuperação.
De acordo com a CNC, de janeiro a junho de 2016, o varejo perdeu 67,6 mil pontos de venda, ao passo que, no segundo semestre, o setor registrou o fechamento líquido de 41,1 mil lojas -número também inferior ao observado na segunda metade de 2015, quando a perda foi 74,1 mil lojas. No total, o ano de 2015 perdeu 101,9 mil lojas.
A pesquisa da CNC indica que lideraram os fechamento de lojas os ramos de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-34,8 mil lojas), lojas de vestuário, calçados e acessórios (-20,6 mil) e lojas de materiais de construção (-11,5 mil).
Segundo a CNC, à exceção dos hiper e supermercados -que sofreram com a escalada dos preços no atacado no início de 2016-, os demais segmentos analisados foram atingidos pelo encarecimento do crédito, tanto para consumidores como para a obtenção de capital de giro nos últimos anos.
Por regiões e por porte
O estudo da CNC revela que todos os Estados apresentaram queda no número de lojas, fato inédito em 12 anos de pesquisa. São Paulo foi o Estado mais afetado (-30,7 mil lojas), seguido por Rio de Janeiro (-11,1 mil) e Minas Gerais (-10,3 mil).
Por categoria de empreendimento, as micro (-32,7 mil) e pequenas empresas (-39,6 mil) -que empregam até 9 pessoas e de 10 a 49 funcionários, respectivamente- foram as mais afetadas pelo momento econômico em 2016.
No ano anterior, este segmento respondia por 98,6% dos pontos de venda do varejo nacional e empregava 76,5% da força de trabalho do setor. Lojas de médio porte, com 50 a 99 empregados, tiveram perda de 12,9 mil pontos de venda. Os grandes varejistas, com mais de 99 funcionários, fecharam 23,5 mil lojas. (Folhapress)
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