16 de dezembro de 2024
Destaque 2

“Vão arcar com as consequências”, diz embaixada da China em resposta à fala de Eduardo Bolsonaro

Deputado Eduardo Bolsonaro. Imagem: divulgação/redes sociais.
Deputado Eduardo Bolsonaro. Imagem: divulgação/redes sociais.

A embaixada da China no Brasil disse em nota divulgada nesta terça-feira (24/11) que as mensagens publicadas pelo deputado federal e filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), são “infundadas” e “solapam” a relação entre Brasil e China. Eduardo é também presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal. O texto termina com uma ‘ameaça’ às declarações do parlamentar.

“Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema-direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”, diz o texto.

A mensagem que a embaixada chinesa se refere é da que Eduardo diz que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. A 5G é a internet móvel de quinta geração.

“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais, na noite da segunda-feira (23). Na terça-feira, um dia depois, ele apagou as mensagens.

Ainda em suas mensagens, o deputado criticou o Partido Comunista da China.

“Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, disse.

Na nota da embaixada é dito que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem “os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar” os chineses e interromper as atividades de empresas daquele país.

“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos. Os EUA têm um histórico indecente em matéria de segurança de dados. Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva. Comportamentos como esses constituem uma verdadeira ameaça à segurança global de dados”, complementou a embaixada.

Após polêmica envolvendo o filho do presidente Bolsonaro, o governo ainda não se pronunciou sobre o caso. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi questionado sobre a situação, mas respondeu à imprensa que “ligue para o Eduardo”.


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