23 de dezembro de 2024
Política • atualizado em 12/02/2020 às 23:40

Vanderlan deixa claro: Com Marconi, ele não vai

Aos esperançosos do Palácio das Esmeraldas, que acreditavam na possibilidade de composição com Vanderlan Cardoso (PSB), eis o balde de água fria: “Sou decidido. Meu projeto está firme e com Marconi Perillo (PSDB) não há parceria”, declarou o empresário na manhã desta quinta-feira, 23, em entrevista à Rádio 730.

 

Ele foi para o contra-ataque. Se posicionou, como já fazia há alguns meses, e aumentou o tom. Vandelan falou grosso contra o governador do Estado e deixou claro sua crença de que, em sua condenação pelo convênio de Senador Canedo, tem o dedo do tucano.

Vanderlan foi condenado ao pagamento de multa civil e a suspensão de seus direitos políticos por três anos, por improbidade administrativa (leia aqui).

Segundo o Ministério Público, a prefeitura de Senador Canedo firmou acordo no valor de R$ 550 mil com a Agremição Esportiva Canedense, nos anos de 2006 e 2007, para que a equipe do time do futebol da cidade participasse do Campeonato Goiano.

Ainda segundo os autos, quando o acordo foi assinado, o presidente da agremiação era Marco Antônio Caldas, que ocupava também o cargo de secretário municipal de Agricultura. Na mesma sentença, Marco Antônio foi condenado ao pagamento de uma multa.

“A decisão me causou muita estranheza. Ela foi dada no recesso de fim de ano contra um convênio que já havíamos consultado o Tribunal de Justiça sobre sua legalidade. De repente chega uma juíza substitua e emite uma condenação. Nem acredito que ela tenha tido tempo para ler o processo. Vamos investigar. Sobretudo porque o sobrenome da corregedora no caso é Perillo”, afirmou.

As declarações foram dadas para a Rádio 730 e selaram o estabelecimento do empresário na oposição goiana.

Há algumas semanas aliados da base marconista vinham manifestando o desejo de ter o ex-prefeito na chapa majoritária da situação. E mais: queriam também o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) à disposição.

Fim de jogo. Ou melhor, jogo definido.

Será Marconi de um lado e Vanderlan do outro.

No caso de segundo turno – e se não for ele um dos dois com maior votação no primeiro -, o caminho da oposição deve continuar falando mais alto, já que, nos últimos dias, dois fatos marcantes contribuíram para o sepultamento definitivo de aproximação do grupo ao qual Vanderlan é ligado, com o Gorverno. Ambos judiciais.

O primeiro, contra o ex-governador Alcides Rodrigues e Jorcelino Braga, e o segundo, sua própria condenação.

Braga e Alcides foram condenados a pagar uma multa no valor de R$ 100 mil em uma ação movida por Marconi Perillo em 2012 (leia aqui).

“Se querem vencer a eleição, que vença o melhor. Mas que vença no voto, pois a utilização do judiciário como instrumento político é lamentável”, desafiou o empresário.

Vanderlan explicou o motivo de não haver diálogo dele com PT e PMDB já no primeiro turno. “Eles não vão abrir mão da candidatura, o que acho até justo, mas nós também não abriremos.”

Sobre a pré-candidatura do prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), o empresário elogiou. “É um bom quadro e tem que buscar, sim, seu espaço. Se for o caso, vamos para o segundo turno. Agora, deixo claro que vou trabalhar para vencer no primeiro pleito.”

Com Júnior do Friboi, o ex-prefeito foi diplomático em uma demonstração que beirou a condolência. “O jeito dele é esse mesmo. Uma hora ele vai perceber que, na política, o dinheiro não é tudo. Na verdade, não tem quase nenhum significado, como muitos pensam. Não se faz mais eleições com arrogância e intransigência.”

Por convicção, formação ou trajetória política, o empresário evidenciou o pensamento de que política é, de fato, sinônimo de disputa e conflito, pois seu foco é a conquista do poder. Sobre o poder, porém, Vandelan disse não ser seu foco principal. “A política busca o interesse público. É o que eu quero. Perceber que posso levar benefícios à população é uma realização pessoal.”

Após o recesso político, Vanderlan Cardoso diz que voltou descansado. Com disposição e paciência para “calçar a botina e sair pelo Estado”. 


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