28 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 12/02/2020 às 23:59

Vanderlan critica empréstimo de US$ 100 mi para asfalto

Pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB).
Pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB).

O pré-candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSB, Vanderlan Cardoso, criticou, nesta terça-feira (26), em entrevista à Rádio 730, o empréstimo pedido pelo prefeito Paulo Garcia (PT), de US$ 100 milhões para reconstrução asfáltica de mais de 100 bairros da capital.

“Vai endividar essa Prefeitura, vai gastar um dinheiro malgasto. O que eu estive olhando desse projeto, pelo pouco que fiquei sabendo dele, é para fazer recapeamento. Este filme nós já vimos. Vai colocar a capa asfáltica em cima de base comprometida. É jogar dinheiro fora”, disse.

OUÇA A ENTREVISTA DA RÁDIO 730

Para Vanderlan, a “não adianta tampar o sol com a peneira”, é preciso fazer um trabalho mais sofisticado que apenas recapeamento. No entanto, o pré-candidato também critica a necessidade de Paulo Garcia investir em obras apenas se existe recursos do governo federal ou de empréstimos.

“Ficam fazendo obra só se tiver dinheiro federal, dinheiro de empréstimo. Não adianta ficar tampando sol com a peneira e fazer obra só se tiver empréstimo. Depois fica todo mundo reclamando que não tem dinheiro para pagar juros. Daqui a pouco vai pintar meio-fio e trocar lâmpada só se tiver empréstimo”, afirmou.

O empréstimo será feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e, segundo a Prefeitura de goiânia, o valor será investido na reconstrução viária de 574,2 quilômetros de ruas, que passam por aproximadamente 100 bairros, sendo estes os mais antigos da capital, como Vila Mutirão, Jardim América, Pedro Ludovico, Cidade Jardim Guanabara.

Durante a entrevista, Vanderlan Cardoso citou alguns problemas de Goiânia, como falta de iluminação pública, demora no recolhimento do lixo orgânico e transporte coletivo. “O prefeito tem que encabeçar a questão e buscar parcerias para resolver o problema. Vai jogar em cima dos outros?”, questionou.

ENTREVISTA – VANDERLAN CARDOSO – RADIO 730, 26/04/16

Cecília Barcelos: O que discutiram em reunião com Júnior Friboi?

Vanderlan Cardoso: O Júnior é um grande amigo. A gente nunca deixou de se falar. Foram vários assuntos, de economia, o momento atual, empresas, negócios e política. Trocamos ideia sobre candidatura, ele já vinha há algum tempo manifestando interesse em estar nos ajudando.

Cleber Ferreira: Ele vai entrar na sua campanha?

Vanderlan Cardoso: Nós estamos trabalhando para isso. É um apoio importante. Ele já disse que tem interesse em estar nos apoiando e ajudando. Vamos ver mais para frente.

Cleber Ferreira: A vinda do Júnior traz com ele alguns setores do PMDB ou vem isoladamente?

Vanderlan Cardoso: Não chegamos a conversar sobre isso. Já era para ter acontecido essa conversa. Mas eu creio que o Júnior é um líder tanto dentro do PMDB como em outros partidos, até mesmo dentro do PSB. Tem muita gente que gosta dele, que o admira.

Cleber Ferreira: Ele vai retornar para o PSB?

Vanderlan Cardoso: Não foi conversado. Ele, a princípio, nem chegamos a falar se ele vai sair do PMDB. Eu creio que ele não vai sair. Ele está bem no partido. Ele não fala, mas deixa, como a gente conhece de política, eu ainda acho que o Júnior pode ser um candidato em 2018. Ele sempre teve essa vontade de disputar, e pode ser. 2018 está aberto, seria um bom nome para 2018. Aliás, nós tivemos no projeto 2014 um bom tempo trabalhando juntos aí, até a saída dele e ida para o PMDB.

Eduardo: O senhor o apoiaria para governador em 2018?

Vanderlan Cardoso: Não, não chegamos a falar sobre isso. Vamos conversar. Política, acho que o momento é em que todos estão conversando.

Eduardo: Já definiu se é oposição ou situação ao governador Marconi Perillo?

Vanderlan Cardoso: Não preciso definir. Minha candidatura sempre foi colocada como candidatura independente. Não tem que ser oposição ou situação ao governador. O momento agora é discutir eleição municipal. Em 2010, 2014 eu fui oposição, nós fomos adversários políticos, disputei com ele duas vezes. Agora, ele não é candidato à Prefeitura de Goiânia.

Cecília Barcelos: Mesmo assim, existe um cenário por trás. O PSDB lançará candidatura à Prefeitura.

Vanderlan Cardoso: Ele vem com candidato dele, com certeza vai ser adversário político. Se ele decidiu lançar candidato próprio no PSDB. O que a gente vê também é que na base do governo vai ter outros candidatos, Francisco Júnior colocou seu nome pelo PSD, Bittencourt pelo PTB, outras candidaturas.

Cleber Ferreira: Não tem muito candidato?

Vanderlan Cardoso: Isso é bom. Todas as eleições, se vocês observarem, saem com oito, dez pré-candidaturas e sempre afunila.

Cleber Ferreira: Iris é favorito?

Vanderlan Cardoso: Essa questão de favorito, nós já vimos muitas campanhas aí que caíram. Tem que faz o melhor trabalho. Eleição de projetos. Não tem favorito. Acho que favoritismo agora é projeto, trabalho e aproximação do eleitor.

Cecília Barcelos: É bom para quem?

Vanderlan Cardoso: Para o eleitor, que vai poder escolher em um número enorme de candidatos a melhor proposta.

Cecília Barcelos: Isso não confunde o eleitor?

Vanderlan Cardoso: Não, acho que o eleitor vai estar mais tranquilo para estar escolhendo a proposta melhor. Já imaginou se tivessem só dois ou três?

Cecília Barcelos: Para a oposição diluir em várias candidaturas não é mais arriscado e não ajuda a situação?

Vanderlan Cardoso: A situação que a gente está vendo aí está muito ruim. Você vê que essa aliança que foi feita tanto a nível nacional como em Goiânia foi danosa. Então, o eleitor vai estar observando muito isso: quem ajudou a destruir Goiânia, acabar com Goiânia? É essa aliança.

Cleber Ferreira: Goiânia está acabada?

Vanderlan Cardoso: Está. Vocês têm andado em Goiânia e visto como estão os bairros? Ontem eu tive uma reunião no JK, Real Conquista, aquela região. Ontem eu vi uma cena, as pessoas andando na rua com lanterna na mão, uma escuridão. É interessante: você chega nas reuniões, antes você ia e as pessoas começavam [a falar] com segurança, saúde, praça, tanta coisa. Hoje é iluminação. Quando você abria para o debate, para as pessoas falarem o problema da região, aí começavam com iluminação. “Como levantamos 5h para pegar o ônibus no ponto, no escuro?”. Quando fomos saímos da reunião, lá vinha uma pessoa com uma lanterna na mão andando na rua. Mato tomou conta, aquela região lá não tem praças.

Cleber Ferreira: Falta de recurso ou de competência?

Vanderlan Cardoso: Falta de competência mesmo, planejamento. Eu acho que o mínimo… Ontem, na reunião, teve a participação de 30 pessoas, falando dos problemas do bairro e algumas sempre repetindo. O problema sempre é o básico: iluminação, buraco, falta de praça, falta de médico no posto de saúde, de remédio, de dentista. Você nota que é o básico. Não é alguma coisa que seja anormal. No posto de saúde, feito lá, muito bonito por sinal, para três equipes do PSF, demorou sete anos para construir. Eu estive lá, uma cadeira odontológica muito bonita, só que sem ligar, e um dentista esperando ligar a cadeira. Então, tem o profissional que estava lá. Estive lá duas vezes naquela reunião. Ontem foi a primeira reunião que eu fiz. Então, é o básico que o povo está pedindo, não está pedindo coisas extraordinárias.

Cleber Ferreira: O que, da atual gestão de Paulo Garcia, será aproveitado em uma possível gestão sua?

Vanderlan Cardoso: Algumas coisas vão ser aproveitadas, por exemplo, faixas exclusivas de ônibus, acho que têm que ser ampliadas, talvez mudar o sentido delas. Hoje está atrapalhando muito o trânsito pela direita, talvez pela esquerda. As ciclovias, temos que estudar melhor onde colocar as ciclovias.

Cecília Barcelos: Os 40 km/h na área do Centro?

Vanderlan Cardoso: Esses 40 km/h tem alguém que passa disso? Acho que precisa fazer um estudo maior.

Cleber Ferreira: BRT continua?

Vanderlan Cardoso: Continua, lógico. Com esse mesmo modelo. Vamos ampliar ele. Ele é essencial, é bom.

Cleber Ferreira:  O que do modelo de gestão Paulo Garcia não seria aplicada na sua gestão?

Vanderlan Cardoso: O modo de ele governar, trabalhar, de forma alguma. Qual o planejamento que tem para Goiânia? Vamos falar a curto prazo: não tem nenhum. A médio prazo também não. A longo prazo nem se fala. Você chega ao ponto… Um promotor pedir, o pessoal está se humilhando para colocar lâmpada. Quando chega ao ponto de um gestor entrar com pedido de impeachment dele por causa de troca de lâmpada, isso porque já foi feito TAC lá atrás, eu estou andando e estou vendo que não é conversa fiada essa questão da iluminação. Isso é o básico, pelo amor de Deus. Isso faz parte também da segurança. Já ficou provado que quando você clareia uma cidade, coloca a cidade iluminada, baixa no mínimo em 25% a 30% os índices de criminalidade. A violência cai, os assaltos diminuem, porque o ambiente propício para assalto é a escuridão, é o mato, a sujeira.

Cecília Barcelos: Ouvinte pergunta: da sua experiência como gestor de Senador Canedo, o que se aplicaria em Goiânia? A receita de Senador Canedo fez com que seu mandato tivesse tanta aceitação?

Vanderlan Cardoso: Eu aplicaria tudo que nós fizemos lá. Porque nós não investimos simplesmente em uma área. Senador Canedo tinha o apelido de Senador Faz Medo, por causa da violência. Era uma das cidades mais violentas do Brasil. O mesmo modelo de segurança que nós aplicamos em Senador Canedo, vamos aplicar em Goiânia. Nós trabalhamos na questão de geração de emprego e renda para tirar esse nome de Senador Canedo. O mesmo modelo vamos implantar em Goiânia, os distritos industriais, os polos de desenvolvimento, fortalecimento do comércio. Sobre transporte coletivo: vamos trabalhar o mesmo modelo que deu resultado lá, com a construção de terminais pela própria Prefeitura, colocação de pontos de ônibus para não ficar dependendo das empresas, e a própria Prefeitura, com a comunidade, poder escolher as linhas de ônibus que a comunidade precisa. Então, a educação da mesma forma. Um dos melhores sistemas que colocamos na área de saúde vai ser colocado em Goiânia, fortalecimento do PSF, cobertura de 100%, Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas, Fisioterapia, remédio em casa. Tudo isso, nós vamos fazer aqui em Goiânia. Agora, é interessante: há esse negócio de que Senador Canedo tem uma das maiores receitas. Realmente, Senador Canedo é uma boa cidade de administrar, porque lá estava a Petrobras, que estava desde 1993, eu entrei em 2005. O que fizeram até 2005, com esses recursos todos? Se nós formos observar o orçamento proporcional de Senador Canedo com Goiânia, Goiânia é mais. Se for observar a renda per capital, Goiânia é 30% mais que Senador Canedo. Então, tem alguma coisa errada. Nós pegamos cidade sem base nenhuma de cidade, construímos uma cidade em 5 anos e três meses. Eu quero ficar, eu vou ficar, se Deus e a população me derem essa oportunidade, para a história de Goiânia igual fiquei para a história de Senador Canedo.

Cleber Ferreira: O prefeito deve ser impeachmado?

Vanderlan Cardoso: Por esse motivo? Não. Acho que não. Acho que ele já está sendo impeachmada pela própria opinião pública, população. Quando você pega todas as pesquisas, a avaliação do prefeito. Não tem coisa pior do que isso. É pior do que impeachment, do que tudo que você pensar, é uma má avaliação da população.

Cleber Ferreira: Goiânia tem problema no transporte coletivo, saúde, educação básica, recolhimento de lixo, iluminação pública. Tem jeito para isso?

Vanderlan Cardoso: Tem. Transporte coletivo: uma série de ações. Transporte coletivo não vou dizer que nós vamos resolver em seis meses. Não tem jeito de resolver. É uma série de ações que passam por trincheiras, viadutos, faixas exclusivas, melhorar a trafegabilidade. Não adianta colocar mais mil ônibus, não tem jeito. O ônibus daqui a pouco está andando a 5 km/h se não forem resolvidos esses problemas. Agora, eu não vou fazer como está aí hoje, não assume a responsabilidade, fica jogando para cima do outro, a pior coisa é isso. Você pega a segurança; a segurança é problema do Estado, que tem que resolver. Mas o problema está na cidade, qual a autoridade máxima da cidade? O prefeito. Então, o prefeito tem que encabeçar a questão da segurança e buscar parcerias para resolver o problema. O transporte coletivo é a mesma coisa. Como vai jogar o problema para cima dos outros? Quem escolhe o presidente da CMTC? Quem indica? Não é o prefeito? Quem é o presidente da CDTC, não é o prefeito? Então, vai jogar para cima dos outros? Ele tem que pegar o problema para si e resolver. Agora, joga para cima das empresas que dizem estar todas quebradas. Não pode escolher as linhas de ônibus que a população precisa porque as empresas que mantêm pontos de ônibus, terminal de passageiros.

Cleber Ferreira: E a questão de lixo, lâmpadas. Qual a sua proposta concreta?

Vanderlan Cardoso: Recolher os lixos e trocar as lâmpadas. Tem segredo nisso? Isso é o básico dentro de uma cidade.

Eduardo: Opinião sobre o Ecoponto?

Vanderlan Cardoso: Tenho. Na época que você me perguntou sobre isso eu lembro que falei que não tinha opinião formada porque não sabia nem o que era isso. É um negócio de sustentabilidade, umas palavras bonitas. Aí eu fui saber o que era o Ecoponto. Ou seja, hoje está coletando muito mal os lixos. Você já pensou nos terrenos baldios nessa região, vai acumular o lixo? Consultaram a vizinhança? Essas coisas para funcionar, o gestor tem que ter credibilidade, o serviço principal que é a coleta de lixo tem que estar funcionando. Se nem isso está funcionando, vai pegar o lixo e acumular num terreno?

Eduardo: Você adotaria essa medida?

Vanderlan Cardoso: Depois que resolver esse problema, é uma medida boa, não é ruim. Agora, não adianta do jeito que está. Ontem, na região que eu fui, cada canto que tem lá já tem Ecoponto, porque tem lixo em todo o lugar. Agora, está fedendo o trem. Onde eu fiz a reunião ontem, no JK, você precisava ver o que tinha de lixo perto.

Cleber Ferreira: Você é a favor do BRT, do Ecoponto, da ciclovia. Não precisa mudar o prefeito então.

Vanderlan Cardoso: O que eu acabei de falar do Ecoponto, para funcionar tem que estar coletando o lixo. Agora, está aí o BRT, quantos anos está falando isso. O negócio começa ali e vai lá, poda umas árvores, põe um pouco de cimento. O trem não sai. Espera. O trem tem que sair, fica aquele negócio incomodando.

Eduardo: Não é porque é de dinheiro federal?

Vanderlan Cardoso: Ficam fazendo obra só se tiver dinheiro federal, dinheiro de empréstimo. É igual um empréstimo que está vindo aí agora, de US$ 100 milhões. Vai endividar essa Prefeitura, vai gastar um dinheiro mal gasto e o que eu tive olhando desse projeto, por pouco que fiquei sabendo dele, é para fazer recapeamento. Esse filme nós já vimos. Vai colocar a capa asfáltica em cima de base comprometida. É jogar dinheiro fora. Aí vem e pinta, fica bonitinho, coloca uns olhos de gato, fica bonito, o povo pensa “esse cara é bom”, a primeira chuva que vem, racha tudo porque a base está comprometida. O problema: com as galerias pluviais, temos galerias de 160 anos, foi feita numa época em que ainda não tinha as edificações que tem hoje, as manilhas finas, tem que trocar. Não adianta ficar tampando sol com a peneira e fazer obra. Só se tiver empréstimo, só se tiver isso. Depois fica todo mundo reclamando: não tem dinheiro para pagar juros. Não tem mesmo, não. Daqui a pouco vai pintar meio-fio e trocar a lâmpada só se tiver empréstimo. Faz o dever de casa. Vai lá, pega esse monte de gente que está ganhando acima de R$ 35 mil por mês que ninguém mexe porque é apadrinhado.

Cleber Ferreira: Você vai mexer?

Vanderlan Cardoso: Lógico. Senão não vou fazer nada, vou ser a rainha da Inglaterra. Eu não quero sentar na cadeira e ser rainha da Inglaterra não, que tem só muita pose.

Eduardo: Impeachment da presidente Rousseff. E o senhor era a favor do impeachment do Marconi porque ele também fez pedaladas fiscais.  

Vanderlan Cardoso: O que eu disse é o seguinte: se for por esse motivo de pedaladas fiscais, a maioria dos governadores e prefeitos não vai ficar. Não mudei de opinião. Agora, você perguntou se eu era a favor ou contra, eu disse que por esse motivo era muito fraco, por pedalada fiscal. Hoje, já está no Senado. 

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