Insatisfeitos já há algum tempo com o serviço do transporte público em Bonfinópolis, cerca de 400 passageiros foram à GO-010 protestar reclamando da falta de ônibus para atender o município. O trânsito na rodovia chegou a ser bloqueado por aproximadamente 3h nesta quarta-feira (06/01).
A manifestação começou quando ainda era madrugada, às 5h da manhã e foi terminar quando caminhava para as oito horas. Uma barricada foi armada após um ônibus entrar na cidade. Depois, ele não saiu, comprometendo o trânsito de outros veículos. Foi necessário que o prefeito Kelton Pinheiro (Cidadania) e os nove vereadores fossem ao local para negociar com os manifestantes e a Polícia Militar a normalização da rodovia e a finalização do ato. Tudo aconteceu de forma pacífica.
Os moradores reclamavam demora de até mais que duas horas em alguns dias da semana. Ao Diário de Goiás, o vereador Eder Fernandes (Cidadania) explica que os passageiros que usam o transporte coletivo já vem agonizando e cobrando por melhorias a algum tempo. A pandemia veio para colocar um pé de cal num serviço que já era ruim.
“Na verdade, isso é uma briga que já vai para anos. Quando assumimos o mandato lá em 2017 a gente tinha uma frota de 17 ônibus, com muito trabalho e conversa na CMTC chegamos até 38 horários, e ainda não era o ideal. O povo andava apertado e em pé, mas o povo chegou a se acostumar com isso. Veio a pandemia e reduziram para 21 ônibus de uma vez, mas com o término da paralisação manteve esses 21, estive na CMTC, chegou a ter 23. Agora, veio Natal e Ano Novo depois daquela paralisação que teve aquela greve deles, eles baixaram direto para 15 e não voltou”, destacou.
Eder pontua que sequer o aplicativo Sim RMTC tem funcionado na cidade. “Mas a gente nem tem certeza dos horários, nem tem certeza se é 15 [ônibus] mesmo, o aplicativo não funciona. Tá lá e fala que o ônibus vai passar daqui X minutos, zera e não passa o ônibus. Ficamos sem saber uma resposta da quantidade exata”.
O parlamentar diz que nesta quarta-feira (06/01) foi a gota d’água mas ele pontua acreditar em mudanças. “Achei muito positiva a participação popular com a participação da Câmara, os vereadores jovens eleitos agora, do prefeito, acredito que pode haver uma melhora e mudança”. Eder ressalta que o prefeito da cidade, Kelton Pinheiro (Cidadania) já está em contato com o novo presidente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), Murilo Ulhôa para viabilizar uma solução com relação ao transporte em Bonfinópolis.
CMTC determina que serviço retome à normalidade durante a tarde
No fim da manhã desta quarta-feira (06/01) a CMTC enviou nota pontuando que acompanhou toda a manifestação que ocorreu em Bonfinópolis e determinou que as empresas retomassem com o planejamento de suas viagens já na parte da tarde, garantindo o “retorno seguro do passageiro”.
Veja a nota na íntegra:
A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos- CMTC- informa que acompanhou a manifestação em Bonfinópolis e também as reclamações de outras cidades da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos com usuários enfrentando atrasos nas viagens. A CMTC se reuniu com representantes das concessionárias e determinou que o planejamento para as viagens fosse retomado, sem prejuízo ao usuário, a partir de hoje à tarde nas linhas semiurbanas, garantindo retorno seguro ao passageiro.
O que as empresas dizem
As concessionárias que operam o serviço de transporte na Região Metropolitana de Goiânia reforçam o cenário de crise e assumem que estão tendo dificuldades em fazer a ‘soltura completa da frota’ chegando inclusive a não conseguir pagar insumos necessários para a operação básica como “óleo diesel, pneu e outros itens relacionados à frota”:
As empresas concessionárias da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) estão com dificuldades para fazer a soltura completa da frota, bem como para manter a operação de todo o sistema.
A crise que assola o setor, que foi agravada com a pandemia, tem feito com que as empresas deixem de pagar fornecedores de insumos como óleo diesel, pneu e outros itens relacionados à frota. Mesmo com todas essas dificuldades e um acúmulo de mais de R$ 75 milhões em déficit financeiro operacional somente nos 10 meses de pandemia, as concessionárias têm feito de tudo para manter o sistema em operação.
Mas, neste momento, a solução emergencial para a crise instalada, é o cumprimento pelos municípios, do Plano Emergencial formulado pelo Estado de Goiás, que, inclusive, foi homologado parcialmente no processo judicial promovido pelo Ministério Público visando assegurar a manutenção da prestação do serviço de transporte público coletivo.
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