21 de dezembro de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 09:21

Usineiros dizem que 2ª alta de tributos no ano tira competitividade do álcool

Etanol pode perder competitividade graças a mais uma ação do governo federal (Foto: Sistema Faep)
Etanol pode perder competitividade graças a mais uma ação do governo federal (Foto: Sistema Faep)

Com o aumento de tributos anunciado na quinta-feira (20), é a segunda vez somente neste ano que o governo aumenta a taxação sobre etanol.

Em nota divulgada neste sábado (22), a Unica (entidade que reúne os produtores de álcool e açúcar) afirma que, com a tributação, o combustível ficou em desvantagem em relação à gasolina.

Em janeiro, o governo interrompeu a desoneração de PIS/Cofins para os produtores de etanol, o que elevou o tributo sobre o combustível em R$ 0,12 por litro.

Nesta semana, com dificuldades de caixa, o governo anunciou o aumento da tributação sobre o combustível e também sobre a gasolina e o diesel. O etanol foi tributado em mais R$ 0,20 por litro.

Dessa forma, segundo calcula a Unica, o litro do hidratado vendido nas bombas pode ficar até R$ 0,32 mais caro com os dois aumentos de impostos acumulados neste ano.

Já a gasolina tipo C pode ficar R$ 0,30 mais cara, dada a sua composição (75% de gasolina e 25% de etanol).

“Essa comparação evidencia a perda de competitividade do etanol hidratado em relação à gasolina C, que as recentes alterações de tributos impingiram ao etanol”, afirma a nota da entidade.

A diferença de rendimento entre os dois combustíveis exige que, para ser competitivo, o etanol hidratado tem que custar ayé 70% do preço da gasolina.

A Unica afirma que, com o segundo aumento de tributos, isso não está ocorrendo.

“Para não alterar a competitividade do etanol hidratado, o aumento de tributos deveria guardar a relação de 70% ante a gasolina C. Não foi o que aconteceu. Pelo contrário, haverá perda de competitividade no momento do abastecimento dos veículos”, diz a nota.

A queixa da entidade desmonta o discurso ensaiado pelo governo, nos dias que antecederam o anúncio, de que o aumento de tributos seria mais duro sobre a gasolina e, assim, beneficiaria o etanol.

“O que se constata nessa decisão do governo é que não há nenhum traço de política pública para viabilizar o consumo de combustíveis renováveis. Se houvesse, o etanol teria ficado fora desse aumento de tributos”, diz a nota da Única.

“Depois de amargar seis anos de controle e preços da gasolina e de desoneração tributária desse combustível em relação ao etanol hidratado, o setor é induzido a pagar novamente a conta seja porque sofreu aumento de carga tributária e redução de competitividade, e também pelo aumento de custos que irá sofrer com o aumento no custo do diesel.”

(FOLHA PRESS)

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