Após reunião com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, e com o secretario-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representantes dos movimentos sociais do campo, que deram início na manhã desta quarta-feira, 16, a uma série de manifestações pela reforma agrária, anunciaram o recuo da União.
“Vão retomar os decretos de acesso a novos assentamentos, paralisados há mais de três anos. A reforma agrária, no entanto, ainda será discutida”, afirmou Rosangela Piovizani, uma das líderes do movimento.
Manifestantes do Movimento Camponês Popular, do Movimento Sem Terra e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado reivindicam a desapropriação de terras para que seja feita a reforma agrária e exigem crédito para que os camponeses possam quitar das suas dívidas.
Uma nova reunião com representantes da Presidência foi marcada para quinta-feira, 17, no Ministério do Desenvolvimento Agrário. O objetivo é avançar nas discussões com o governo sobre o que denominaram “pautas velhas e amarelas”, como a questão do endividamento e da assistência técnica, que já foram entregues à presidente Dilma Rousseff.
Rosângela Piovizani ressaltou que o ministro Antônio Andrade e secretário-geral Gilberto Carvalho assumiram o compromisso com os movimentos sociais de posicionar contra a aprovação do PL 268/2007, de autoria do deputado federal Eduardo Sciara (PSD/PR), que, na avaliação dos movimentos abriria caminho para autorizar o uso comercial da tecnologia terminator, isto é, plantas que geram sementes estéreis.
A proposta do deputado, que tramita na Câmara dos Deputados, propõe autorizar o uso da tecnologia quando se destinar ao desenvolvimento de plantas biorreatoras, também chamadas de biofábricas, que são modificadas para produzir proteínas ou substâncias destinadas ao uso terapêutico ou industrial.
O movimentos sociais liberaram as vias de acesso ao Ministério da Agricultura. O secretário-geral Gilberto Carvalho deixou a reunião sem falar com a imprensa, enquanto assessoria do ministro da Antônio Andrade informou que deve emitir ainda nesta quarta uma nota sobre o assunto. (Com informações da Agência Estado)
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