A semana começou com articulações em sentidos opostos pelo país. Enquanto os bolsonaristas fazem mobilização em favor de anistiar Jair Bolsonaro nesta terça (29) e no domingo (3), na sexta-feira (1º) está convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE) uma movimentação nacional contra o tarifaço de Donald Trump. O protesto é focado na soberania brasileira.
O motivo é a chantagem do presidente norte-americano que colocou a anistia de Bolsonaro como um dos pontos de imposição para taxar em 50% os produtos brasileiros exportados para os EUA. A medida é inédita no relacionamento diplomático entre os dois países e ofende a soberania econômica e especialmente a autonomia do Poder Judiciário, onde o ex-presidente responde criminalmente por tentativa de golpe de Estado.
Na sexta a UNE deve iniciar uma jornada de mobilizações de rua em defesa da soberania nacional.
“A UNE nasceu em 1937, na batalha contra o nazifascismo, para que o Brasil se colocasse na linha de frente do combate aos países do Eixo [Alemanha, Itália e Japão, durante a Segunda Guerra Mundial]. Nesse momento, que nosso país está sendo flagrantemente atacado, sabotado pela extrema direita, não poderia ser diferente”, apontou a nova presidente da UNE, Bianca Borges, em entrevista à Agência Brasil.
Soberania nacional é a prioridade do momento
Bianca foi eleita presidente durante o Congresso da UNE, este mês, realizado em Goiânia em meio aos debates sobre a atitude da Casa Branca.
“Essa pauta [da luta por soberania] acaba se colocando como a pauta primeira desse momento. Como é que a gente vai construir o projeto de educação que nós acreditamos, a reforma universitária popular que nós concebemos, enquanto o nosso país estiver sendo subjugado por países estrangeiros? Temos colocado essa defesa da soberania e saímos do congresso convocando dia 1º de agosto, primeiro dia do tarifaço, como um dia de ações também em todo o país, como reação a isso”, destacou Bianca.
Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de julho, Trump exige anistia a Bolsonaro, o que sequer está ao alcance do chefe do Executivo brasileiro. Para Bianca Borges, há um “complô” que precisa ser denunciado e repelido pela sociedade civil brasileira.
“Esse tarifaço tem o potencial de afetar, principalmente, os trabalhadores do nosso país. Então, o congresso da UNE colocou em evidência esse falso patriotismo da extrema-direita, que nós temos que desmascarar. A população tem consciência disso, mas precisamos levar essa indignação para as ruas”.
Segundo ela, entre outros, também devem fortalecer a mobilização a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de outras organizações e movimentos sociais. (Com informações da Agência Brasil)
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