18 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:04

Um dia após lista, Câmara e Senado cancelam sessões no plenário

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

O Senado e a Câmara cancelaram as sessões plenárias agendadas para a manhã desta quarta-feira (12). Embora seja véspera de feriado, as duas Casas estão mais vazias que o normal para esses períodos.

O esvaziamento ocorre um dia após a divulgação da lista em que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin determinou a abertura de inquérito contra 24 senadores e 42 deputados federais, além de oito ministros do governo Michel Temer.

Na Câmara, a sessão agendada para 9h foi substituída por um evento solene no plenário. Já no Senado, mesmo com promessas de que os trabalhos não seriam comprometidos, a reunião marcada para 10h30 simplesmente não ocorrerá.

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Os presidentes das duas Casas estão na “lista de Fachin”, como ficou conhecida a relação de políticos e pessoas com relação estreita com eles que terão inquéritos abertos no Supremo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é suspeito de receber pagamentos irregulares da Odebrecht. Uma das delações em que o deputado é citado destaca que Maia pediu, e recebeu, R$ 350 mil como ajuda para campanha eleitoral de 2008.

Em 2010, ele teria solicitado novo repasse, desta vez para a campanha de seu pai ao Senado. Conforme os depoimentos, R$ 600 mil foram pagos.

Maia nega as acusações. Em rápida entrevista na Câmara, pouco após a divulgação da lista, ele disse que a investigação mostrará sua inocência. “O processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores, e os inquéritos serão arquivados. Eu confio na Justiça e vou continuar confiando sempre. O Ministério Público e a Justiça vão fazer o seu trabalho de forma competente”.

Além do cancelamento da sessão da Câmara da manhã desta quarta (12), Maia também não cumpriu agendas que tinha no período. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) havia anunciado um debate sobre reforma da previdência com a presença do deputado. A assessoria do presidente da Câmara, porém, afirmou que ele já embarcou para o Rio de Janeiro.

Já Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, é acusado de receber R$ 2 milhões para defender interesses da Odebrecht no Congresso.

Em nota, o senador afirmou: “A Justiça brasileira tem maturidade e firmeza para apurar e distinguir mentiras e versões alternativas da verdade”. Destacou ainda, dessa vez em breve entrevista, que os trabalhos no Senado não seriam prejudicados pela divulgação da “lista de Fachin”, nem pela abertura de inquérito contra políticos.

CCJ

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que tinha reunião marcada para 10h, também tece o encontro cancelado. Edison Lobão (PMDB-MA), presidente da CCJ, que é o principal colegiado da Casa, também está na “lista de Fachin”. Ele é suspeito de receber R$ 5,5 milhões em propina da Odebrecht. O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que defende o senador, disse que o sigilo da acusação que pesava sobre Lobão era prejudicial. “É bom que as informações venham a público para que ele possa se defender”.

Ao todo, o STF investigará 24 senadores. Além de Lobão, outros 20 dos 54 parlamentares que integram a CCJ, entre titulares e suplentes, também terão iquéritos abertos. Entre eles, o vice-presidente da comissão, Antonio Anastasia (PSDB-MG), que relatou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no ano passado.

Também estão na lista: Eduardo Braga (PMDB-AM), Romero Juca (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valdir Raupp (PMDB-RO), Jorge Viana (PT-AC), Lindbergh Farias (PT-RJ), Humberto Costa (PT-PE), Paulo Rocha (PT-PA), Aécio Neves (PSDB-MG), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Maria do Carmo Alves (DEM-SE), Ivo Cassol (PP-RO), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fernando Collor (PTC-AL). (Folhapress)

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