A pequena e indefesa árvore sangrou e não teve tempo de se proteger. Sem saber o que estava acontecendo, sofria golpes de uma pessoa que queria destruí-la. A senhora que podemos chamar de homicida ambiental – é crime cortar uma árvore sem autorização – desferia chutes enquanto a árvore agonizava. Em menos de 50 segundos, lá estava ela, esquartejada ao chão. Agora não pode mais promover um melhor ambiente para todos nós, o que é triste, tendo em vista que a sensação térmica de Goiânia aumenta a cada ano. Sem direito a defesa, arvores são arrancadas todos os dias, por mais que a Prefeitura tente fazer sua parte no plantio de novas mudas.
Em 2018, árvores em todo o estado foram sentenciadas, sem nenhum direito a defesa, a mutilação. Sem autorização é crime, mas a Enel Distribuição de Gás, sob justificativa que existia “necessidade de se preservar a integridade da rede elétrica, sobretudo nesse período chuvoso que passa o Cerrado”, promoveu o corte de 425 mil arvores em todo o estado. Muitas árvores na zona urbana de Goiânia estão nessa estatística.
Por sorte, temos bons exemplos como o do Adair Ferreira Nunes, que teve uma parte de sua história contada nas redes sociais da AMMA. Morador do Jardim Curitiba II há 20 anos, ele pegou um xixazeiro na Agência e plantou em um lote próximo a sua residência. O resultado é que depois de oito anos a muda cresceu, segue firme e saudável trazendo benefícios a sociedade. “Ela [a arvore] pega a água, rega o solo, melhora o oxigênio, produz fruto”, comenta feliz. “Ela faz parte da minha história de vida. Um legado que eu deixo para nossa cidade.” Além do xixazeiro, ele plantou um jenipapo “e outro tanto de árvore que tá ai feliz”, ressaltou.
Não há motivos que justifiquem atrocidades cometidas contra o meio ambiente que chora todos os dias com cortes e queimas. Sempre que uma árvore é destruída, uma parte da natureza morre. Sempre que uma árvore é destruída, nós morremos, um pouco. O legado que estamos deixando à nossos filhos e netos, é de uma natureza cinza e vazia.
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