23 de dezembro de 2024
Destaque • atualizado em 12/03/2021 às 11:24

Um ano de pandemia decretada e apenas dois caminhos para o controle: “vacina ou isolamento social”

Flúvia Amorim traça o caminho para saída da pandemia: vacina e isolamento social (Foto: Reprodução)
Flúvia Amorim traça o caminho para saída da pandemia: vacina e isolamento social (Foto: Reprodução)

O dia 11 de março de 2020 foi emblemático para o mundo. Há exatos um ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretava uma pandemia global com o avanço do novo coronavírus. Dois dias após, o Governo do Estado, já sentia os efeitos da decisão da entidade e colocava em ação o primeiro – dos vários implantados – decretos de restrição de atividades. A partir dali, a vida das pessoas mudou… As portas dos estabelecimentos fecharam e as pessoas ficaram por algumas semanas trancafiadas em suas residências. Goiás vê o número de mortos se aproximar dos 10 mil registros e mais de 426 mil goianos conviveram com a contaminação da doença.

366 dias após, a superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), Flúvia Amorim, não tem uma resposta específica para o que poderia ser alterado na condução da pandemia durante esses 12 longos meses. Mas consegue estabelecer um norte para sair dela: apenas com a aceleração da vacina ou o isolamento social. O problema é que as pessoas cansaram e passaram a ‘banalizar’ as medidas restritivas de enfrentamento à covid-19.

“A vacina está vindo numa quantidade muito pequena, infelizmente, apesar de termos experiência e capacidade de vacinação o número de doses é muito pequeno para ter o impacto esperado. Não vacinamos nem os idosos ainda. E as medidas comportamentais da população, nós temos visto uma baixa adesão. Mas hoje a curto prazo, é a única medida que a gente tem disponível para diminuir principalmente o impacto de mortos nas próximas semanas. Nós não temos outra [alternativa]”, destaca em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, na manhã desta sexta-feira (12/03).

Flúvia também reforça que apesar dessas medidas terem tido uma adesão significativa no primeiro momento da pandemia em 2020, uma parcela significativa da população acabou normalizando-a: no pior momento do cenário, não só em Goiás, como no Brasil. “Teve um momento lá em março que as pessoas tinham medo e seguiam as regras e com o decorrer do tempo isso foi diminuindo. E hoje, apesar de nós estarmos no pior momento da pandemia, não só Goiás mas no Brasil, nós estamos no pior momento de adesão da população com as medidas restritivas”, destaca.

Ela acentua e volta a dar a receita para o fim da pandemia. “A gente só tem dois caminhos para controlar hoje: ou vacina ou isolamento social, não temos outra alternativa para melhorar  a situação que estamos hoje.”

Dificuldade em mudar o comportamento: “o vírus não se esconde”

Diferentemente de outros vírus, para se combater a Covid-19 é necessário uma mudança de comportamento por parte da população. Enquanto pandemia em curso, há de se destacar os hábitos restritivos como sair de casa apenas para o indispensável, a utilização de máscaras e a intensificação de hábitos de higiene.

E é aí que talvez convirja um ponto difícil de ser controlado pelas autoridades sanitárias: eles não dependem apenas de si mesmos para o controle do contágio. “Eu vejo às vezes algumas situações que preocupam a gente. Estamos com decreto, falo por Goiânia, um decreto com comércio fechado, a gente vê que as portas da maioria estão fechados, mas com um movimento intenso de pessoas nas ruas. Então, para onde as pessoas estão indo? Eu mesmo presenciei uma academia que coloca as pessoas para dentro e fecha a porta… Eu falo que as pessoas podem até fugir da fiscalização, mas não conseguem fugir do virus. O que a gente tem visto é famílias inteiras tendo a vida ceifada. Pai, mãe, filhos… Pais, avós, tios… Inclusive, pessoas jovens morrendo… Então, não adianta a pessoa achar que está se escondendo da fiscalização. Pode até esconder, mas o vírus não esconde…”

Balanço da Covid-19

O estado já tem 9.335 óbitos confirmados. A taxa de letalidade segue em 2,19%. A SES-GO ainda investiga 250 mortes suspeitas.

Goiás chegou aos 426.722 casos da doença, com 3.713 registros nas 24 horas mais recentes. Desse total, 403.618 pessoas se recuperaram. Ainda são investigados 358.009 casos suspeitos.

Vacinômetro

Por outro lado, o número de vacinas aplicadas, em primeira dose, chegou a 274.737 em todo o estado. Outras 69.958 já tomaram, inclusive, a dose de reforço.

Goiás recebeu 584.280 doses, sendo 465.280 da CoronaVac e 119.000 da AstraZeneca.


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