25 de janeiro de 2025
Planejamento • atualizado em 15/01/2025 às 18:11

Últimos alagamentos em Goiânia levam Prefeitura a criar gabinete de crise contra mudanças climáticas

O objetivo é enfrentar os efeitos das mudanças climáticas, prevenir e mitigar os danos provocados pelas fortes chuvas que têm acontecido na cidade
As ações do gabinete de crise serão planejadas em conjunto com órgãos municipais e estaduais. Foto: Alex Malheiros
As ações do gabinete de crise serão planejadas em conjunto com órgãos municipais e estaduais. Foto: Alex Malheiros

Com os últimos alagamentos em diversos pontos da capital, após as fortes chuvas recentes, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB) concretizou, nesta quarta-feira (15), a criação de um gabinete de crise para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas na cidade. A ação, feita em parceria com órgãos municipais e estaduais, tem o objetivo de prevenir, minimizar e enfrentar os danos causados pelas chuvas e demais efeitos climáticos que impactam o município.

Durante reunião, na tarde desta quarta (15), ficou estabelecido que o gabinete funcionará na estrutura da Defesa Civil do Estado de Goiás, que fica ao lado do Estádio Serra Dourada. No local já há instrumentos técnicos para o monitoramento das condições do clima e para deflagrar medidas de socorro, quando necessárias.

Além disso, foram definidos dois tipos de abordagens: para as emergências, especialmente nos próximos 15 dias, período para o qual há previsão de mais chuvas volumosas, e, posteriormente, para soluções definitivas, com obras de drenagem.

Entre as primeiras medidas a serem tomadas, está o ordenamento de ações entre os órgãos que atuarão nas atividades de prevenção e socorro. “Estamos reunindo toda nossa equipe, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil nossa e do Estado, GCM, PM, Saúde, Seinfra, Comunicação, fazendo um plano para que, ao detectar que vem chuva, possamos identificar onde ela está caindo e ter um plano, sabendo os locais onde podem acontecer problemas mais graves e destinar carros dos bombeiros, ambulâncias, não deixar o trânsito ir para a Marginal (Botafogo)”, exemplificou Mabel.

Últimos alagamentos

Um dos pontos mais afetados pelas fortes chuvas nos últimos dias é a Marginal Botafogo, que corta a cidade de norte a sul e fica intrafegável com os alagamentos, comprometendo a segurança de quem precisa passar pelo local. Na última terça-feira (14), o Córrego Botafogo transbordou para as pistas, na altura do viaduto da Avenida Independência tornado impossível que os carros seguissem e destruindo parte da via.

Entre as medidas emergenciais encontradas incialmente, foi cogitado o fechamento da Marginal nos dias de previsão de chuvas mais intensas. “Se chover muito de Aparecida para cá ou no Centro, tem de fechar a Marginal”, determinou o prefeito. Para a detecção das precipitações, Mabel determinou que sejam adquiridos mais pluviômetros, com recursos do município, para reforçar o trabalho feito pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas (Cimehgo), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Alerta à população

O prefeito de Goiânia aproveitou a ocasião para fazer um apelo à população, para que não saia de casa durante as chuvas ou, se não for possível, que se abrigue e jamais se arrisque em situações de risco. “A chuva vem rapidamente e logo também abaixa. Somente no período da chuva é quando as pessoas não podem sair. Se vir rua com água acima do meio-fio, não passe, não desça do carro, pode ter uma boca de lobo aberta. Não passe com carro, de moto, a pé, pare o carro, fique em casa, fique na casa de um amigo, não se arrisque nesse período”, pediu.

Plano de drenagem urbana

Para criar ações mais eficazes, os técnicos da prefeitura estão levantando os pontos problemáticos e planejando ações de limpeza de córregos, como o Botafogo, cujo leito está cheio de terra e tem pontos de entupimento em manilhas e bueiros. Em paralelo, a prefeitura está trabalhando para realizar investimentos na drenagem da cidade.

O prefeito planeja se reunir em breve com pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), que estão desenvolvendo o Plano de Drenagem Urbana, para entender o andamento do projeto e discutir propostas como a criação de piscinões para contenção das águas pluviais. “Vamos estudar as situações uma a uma”, anunciou Sandro Mabel.


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