22 de dezembro de 2024
CULPA E CASTIGO

Última condenação em 1ª instância impõe a João de Deus quase 500 anos de pena

Magistrado fixou também indenizações por danos morais às 18 vítimas em valores de até R$ 100 mil
Médium já foi denunciado em relação a crimes contra 66 vítimas e condenado em relação a 56 delas
Médium já foi denunciado em relação a crimes contra 66 vítimas e condenado em relação a 56 delas

O juiz Marcos Boechat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia, publicou, nesta sexta-feira, 15, as últimas quatro sentenças criminais relacionadas ao médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, tendo como vítimas 18 pessoas.

Assim, informou o Tribunal de Justiça de Goiás, se encerram os julgamentos em primeira instância de todas as 17 ações penais respondidas por ele. A condenação chega, portanto, ao total de 489 anos e 4 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado.

Nesta sentença final na primeira instância, João de Deus foi condenado em três processos à pena privativa de liberdade no total de 118 anos, 6 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicialmente fechado. Os crimes praticados: estupro, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

Absolvição

Somente na acusação de crime contra as relações de consumo, o médium acabou absolvido. O magistrado considerou insuficiência de provas quanto à autoria.

Os crimes, relacionados às sentenças publicadas nesta sexta-feira, ocorreram entre os anos de 2010 e 2017, envolvendo as 18 vítimas. O magistrado fixou também indenizações por danos morais às vítimas em valores de até R$ 100 mil.

Apelações e recurso

O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás já analisou seis apelações feitas pela defesa de João Teixeira de Faria contra sentenças condenatórias, todas conhecidas e parcialmente providas. Duas delas estão em fase de recurso no Superior Tribunal de Justiça e ainda não foram julgadas. Nenhum acórdão transitou em julgado até o momento, conforme o TJGO.

66 vítimas

No total, o médium foi denunciado em relação a crimes praticados contra 66 vítimas e condenado em relação a 56 delas. Terminou reconhecida a extinção da punibilidade pela decadência ou prescrição em relação a 120 vítimas.

João Teixeira de Faria segue em prisão domiciliar, em razão de decisão prolatada em segunda instância. A reportagem tentou ouvir a defesa do médium, mas o telefone do escritório não atendeu.


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