Foi lançado pela Universidade Federal de Goiás, o projeto Open Zika. A iniciativa é coordenada pela professora da Faculdade de Farmácia, Carolina Horta Andrade. Trata-se de uma ação mundial que será coordenada pela UFG. O objetivo é de desenvolver substâncias que possam se tornar medicamento antiviral para combater o Zika Vírus.
A professora já algum tempo trabalha com doenças tropicais negligenciadas, “para as quais as grandes indústrias farmacêuticas não têm tanto interesse”. A equipe composta por 12 pesquisadores do Brasil e do exterior irá verificar as proteínas que o Zika Vírus usa para poder sobreviver e espalhar no corpo.
A pesquisa visa busca princípios ativos que possam ser eficazes contra o Zika. Carolina destaca que, além do problema com o vetor, hoje ainda não há medicamentos para matar os vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti (Dengue, Zika e Chikungunya).
Segundo a coordenadora da pesquisa será feita uma triagem das substâncias. Inicialmente serão analisados 20 milhões de compostos, podendo chegar no futuro a 90 milhões. O procedimento será para identificar qual a mais eficaz para ser desenvolvida e futuramente ser transformada em um antiviral.
Parceria
Para realizar a triagem vale ressaltar a parceria entre a Faculdade de Farmácia da UFG e pesquisadores de outros locais que fazem parte da World Community Grid (WCG) da empresa IBM.
Trata-se de uma iniciativa social em que colabora no avanço de pesquisas científicas. Carolina afirmou que se o processo de triagem fosse feito pelo modo experimental, a partir dos testes in vitro, seria um processo caro e demorado.
A triagem é feita de maneira informatizada. Voluntários a World Commnunity instalam um aplicativo no celular ou no computador, independente do sistema operacional: Windows, Mac, Linux ou dispositivo móvel Android. Por meio da capacidade ociosa dos computadores cadastrados no programa, ou seja, quando a máquina não está em funcionamento, ela é utilizada para fazer os cálculos, contribuindo para acelerar os estudos.
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Após a fase de triagem computacional, será feita uma análise in vitro para fazer os experimentos de forma mais aprofundada das sustâncias.
Carolina ressalta que atualmente é feito apenas o tratamento dos sintomas e não das doenças. A pesquisadora entende que o processo é longo. Geralmente, se leva de 10 a 15 anos até um resultado satisfatório. O cálculo feito por meio de instrumento informatizado pode reduzir substancialmente o tempo de pesquisa.
“Pelo menos três anos conseguiremos reduzir neste processo de 10 a 15 anos para acelerarmos na busca de um medicamento para o Zika”, explicou.
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