22 de novembro de 2024
Varíola dos Macacos

UFG desenvolve teste para monkeypox com insumos nacionais

O exame é capaz de detectar presença do vírus ainda nos primeiros sintomas e tem custo aproximado de R$3
A varíola dos macacos foi considerada emergência de saúde pela OMS. Foto: Reprodução
A varíola dos macacos foi considerada emergência de saúde pela OMS. Foto: Reprodução

Com base nas técnicas utilizadas para detecção dos vírus da covid-19 e do zika vírus, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) criaram um novo teste para monkeypox. O exame foi desenvolvido pela universidade somente com insumos nacionais, e, de acordo com cálculos dos pesquisadores, custaria em média R$3 por unidade.

Assim como o exame de covid-19, o teste Lamp para monkeypox muda de cor quando detecta presença do material genético do vírus. O DNA da amostra é amplificado de maneira simples, com baixo custo e rápido. O resultado fica pronto em aproximadamente 40 minutos.

A professora do Instituto de Química (IQ) da UFG e coordenadora da pesquisa, Gabriela Duarte, explica que o teste foi desenvolvido com base em uma amostra trazida do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da Universidade de São Paulo (USP). Segundo a professora, o material analisado é coletado das pústulas, erupções na pele que caracterizam um dos principais sintomas da doença. Mas, o vírus pode ser detectado também na urina, no sangue e no esperma, ainda que em menor concentração.

O exame, capaz de diagnosticar a presença do vírus ainda nos sintomas iniciais da doença, foi desenvolvido no prazo de três de semanas pelo Laboratório de Biomicrofluídica do Instituto de Química (IQ) da UFG. Agora, a pesquisa vai para a etapa de validação, que necessita de um grande número de amostras.

A coordenadora do estudo, Gabriela Duarte, afirma que essa é a parte mais difícil da fase atual da pesquisa, que é conseguir o painel de amostras dos pacientes e viabilizar recursos para aplicação e validação. “Só a partir dessas amostras é possível validar o teste. Depois disso dependerá das autoridades de saúde investimento para desenvolvimento e aplicação, para que possa ser utilizado pela população”, explica a professora.


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