Reunidos em um evento em Brasília no dia da queda do sexto ministro de Michel Temer (PMDB), congressistas, governadores e prefeitos tucanos reafirmaram apoio ao governo, mas enfatizaram que essa é uma gestão transitória e que o melhor para o país nas eleições de 2018 é o PSDB.
Embora negue ser candidato à reeleição, segundo os próprios aliados Temer pode tentar novo mandato caso consiga elevar seus baixíssimos índices de popularidades.
No PSDB, que tem três ministros no governo, disputam internamente a candidatura em 2018 o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o presidente nacional do partido, Aécio Neves (MG), e o ministro de Relações Exteriores, José Serra (SP) –alguns tucanos citam ainda o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, 85, que nega intenção de tentar volta ao Planalto.
Os quatro estavam no evento tucano, realizado na Câmara dos Deputados e direcionado aos prefeitos eleitos da sigla.
Todos eles adotaram uma linha de defesa de Temer no caso em que ele é acusado pelo ex-ministro Marcelo Calero de instá-lo a mudar uma decisão técnica em benefício de Geddel Vieira Lima.
“Na minha avaliação, do PSDB, nem de longe esse episódio atinge o sr. presidente Michel Temer”, disse Aécio na chegada ao evento. Para ele, um fato “extremamente grave” que deveria ser investigado é se Calero gravou conversas com o presidente da República.
Serra também foi enfático na defesa do atual chefe: “Precisamos trabalhar para o governo Temer dar certo. Embarcamos no impeachment, assumimos responsabilidade de governo e temos que fazer que até 2018 esse governo dê certo, para preparar uma transição para um Brasil melhor”.
Alckmin disse considerar “normal” a troca do ministro e reafirmou que Temer continua contando com o apoio integral da legenda para aprovar as reformas que o país precisa.
2018
Caciques tucanos, porém, acrescentaram à defesa de Temer a afirmação de que essa é uma gestão transitória e que o PSDB não abrirá mão de disputar a Presidência em 2018.
Ao falar sobre isso em entrevista, FHC chegou a comparar a atual situação a uma “pinguela” rumo à recuperação do país.
“Diante da circunstância brasileira, depois do impeachment, o que temos que fazer é atravessar o rio. Isso é uma ponte. Pode ser uma ponte frágil, uma pinguela? Tudo bem. Mas é o que tem. Se você não tiver uma ponte, você cai no rio.”
Em seu discurso, abordou diretamente as eleições de 2018. “Como agora estou fora da mesa [que conduzia os trabalhos], agora também acho que o futuro presidente da República está nessa mesa”, afirmou, repetindo declaração de tucanos que o antecederam no microfone.
Na mesa estavam, entre outros, Alckmin, Aécio e Serra, todos os três derrotados por Luiz Inácio Lula da Silva ou Dilma Rousseff nas últimas eleições.
Aécio também ressaltou em sua fala que o trabalho do PSDB agora é começar a trabalhar a partir de janeiro de 2017, com a posse dos novos prefeitos, para “apoiar o governo nessa passagem” e conquistar o Palácio do Planalto nas próximas eleições.
Folhapress
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