17 de agosto de 2024
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Trump recua e confirma reunião com Kim

Remarquem as passagens. Pelo menos até aviso em contrário, o histórico encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acontecerá, de fato, no próximo dia 12, em Singapura.

Foi o que garantiu o americano, depois de uma reunião de quase duas horas com o braço direito do ditador, Kim Yong-chol, nesta sexta-feira (1º), na Casa Branca.

Objeto de idas e vindas ao longo das últimas semanas, o encontro havia sido cancelado pelo próprio Trump na semana passada, sob a alegação de que Pyongyang dera amostras de “franca hostilidade” em relação aos EUA.

Mas, nesta sexta, o americano disse que o dirigente norte-coreano está “comprometido com a desnuclearização” de seu país e que eles estão “construindo um bom relacionamento”.

“Nós já superamos isso, superamos totalmente”, declarou Trump, depois de afirmar que a reunião foi “muito boa”.

Um acordo entre os países pode selar o fim oficial da Guerra da Coreia, que marcou a separação da península e na prática terminou há 65 anos, sem um acordo de paz.

Ao mesmo tempo em que celebrou a evolução das tratativas, o republicano procurou reduzir as expectativas sobre a cúpula deste mês.

“É um grande começo, mas vai ser um processo. Nós não iremos assinar nada no dia 12.”
Para a pesquisadora Jenny Town, do Stimson Center, o encontro é um “prêmio” cobiçado por ambos os líderes, o que ajuda a impulsionar as negociações. Se de fato acontecer, pode criar espaço para o fim da guerra e a implementação de uma desnuclearização. “Mas é claro, esse estado de espírito é só hoje. Vamos ver se dura”, afirmou Town.

A conversa entre Trump e Kim Yong-chol foi acompanhada a distância pelas TVs americanas, que exibiram por minutos a fio a janela da Casa Branca pela qual se via o norte-coreano.

Tratou-se da primeira vez em 18 anos que uma autoridade do país pisou na Casa Branca –e apenas da segunda em que um emissário de Pyongyang esteve com um presidente americano em exercício.

Kim Yong-chol viajou a Washington para entregar uma carta do ditador norte-coreano a Trump, que o presidente afirmou ainda não ter lido. Era uma tentativa de reaproximação entre os dois líderes.

“Não abri de propósito. Posso estar prestes a ter uma grande surpresa!”, brincou.

O americano afirmou que a conversa foi bastante produtiva e que se falou “de quase tudo”, mas não de violações aos direitos humanos. O regime norte-coreano reprime opositores e tem milhares de presos políticos, inclusive americanos libertados recentemente.

Trump, que vinha sendo um crítico incisivo de Pyongyang, declarou que tinha novas sanções preparadas, mas que por ora não as levará adiante, em função do resultado da reunião desta sexta.

O presidente chegou a dizer que não quer mais usar o termo “pressão máxima” para denotar a estratégia de sanções econômicas contra a Coreia do Norte. “Nós estamos nos dando bem”, disse. “Não é uma questão de pressão máxima. É de ficar essencialmente da forma como está.”

Segundo ele, Kim quer desenvolver a Coreia do Norte e, caso se comprometa com a eliminação do programa nuclear do país, deve contar com a cooperação e com os investimentos da Coreia do Sul, do Japão e da China. (Folhapress)

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