22 de dezembro de 2024
Mundo

Trump obrigou filho a omitir motivo de reunião com advogada, diz jornal

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos EUA, Donald Trump, foi o responsável direto pela primeira estratégia de defesa de seu filho mais velho, Donald Jr., para explicar o encontro com uma advogada russa, diz o jornal “The Washington Post”.

O encontro com Natalia Veselnitskaia, em junho de 2016, foi revelado em 7 de julho pelo “The New York Times”. O jornal disse que a reunião para discutir informações sobre Hillary Clinton, rival de Trump na eleição.

Diante da informação, os assessores de Trump, que voltava da cúpula do G20, queriam que fosse distribuída uma nota com os detalhes verdadeiros do encontro, mas, afirma o “WP”, o presidente mudou a estratégia.

Membros do governo disseram à publicação que o líder pessoalmente passou o comunicado em que o filho admite o encontro, mas com a versão de que era para discutir sobre a adoção de crianças russas por americanos.

O programa foi suspenso em 2014, logo após as sanções dos EUA a empresas de aliados de Vladimir Putin devido ao conflito na Ucrânia. Veselnitskaia era defensora do veto e cliente de alguns dos empresários afetados.

A nota foi desmentida pela imprensa nos dias seguintes, levando Donald Jr. a revelar detalhes do encontro e admitir que teria procurado a advogada para obter informações que colocassem Hillary em descrédito.

O novo caso aumenta a suspeita de que Trump age por conta própria para tentar impedir as investigações sobre o suposto conluio entre sua equipe eleitoral e integrantes do governo do presidente Vladimir Putin.

O movimento preocupa os assessores, que temem prejuízos à defesa do republicano e afirmam que ele se expõe de forma desnecessária. O principal medo é que ele fique marcado por tentar evitar a revelação da verdade.

Trump é questionado por tomar medidas que podem ter prejudicado a investigação. Dentre elas, demitir James Comey, então chefe do FBI, a quem teria pedido para interromper a investigação de um de seus aliados.

Ele também tem criticado o secretário de Justiça, Jeff Sessions, por ter deixado a investigação sobre a interferência russa após ser revelado que o ex-senador teria se reunido com o embaixador russo nos EUA, Serguei Kislyak.


Leia mais sobre: Mundo