SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A principal autoridade da ONU (Organização das Nações Unidas) para direitos humanos afirmou que, caso seja eleito presidente dos EUA, o candidato republicano Donald Trump seria “perigoso de um ponto de vista internacional”.
“Se Donald Trump for eleito, com base no que ele já afirmou e ao menos que isso mude, eu penso que, sem dúvida nenhuma, ele seria perigoso de um ponto de vista internacional”, disse Zeid Ra’ad, alto-comissário da ONU para direitos humanos, em coletiva de imprensa em Genebra nesta quarta-feira (12).
Zeid, originário da Jordânia, disse serem “profundamente inquietantes e perturbadores” os comentários de Trump sobre “comunidades vulneráveis” e sobre o uso de tortura, proibido pelo direito internacional.
A declaração de Zeid sobre o presidenciável americano ocorre em meio a críticas nos círculos diplomáticos sobre sua atuação.
Na terça (11), o embaixador da Rússia na sede da ONU, em Nova York, Vitaly Churkin, disse que Zeid não deveria criticar as políticas promovidas por chefes de Estado e governos estrangeiros. “Isso não é assunto dele. Ele deveria se concentrar em suas responsabilidades específicas.
“No que diz respeito às eleições americanas de 8 de novembro, Zeid disse que “não tem vontade ou interesse em interferir em qualquer campanha política em qualquer país”, mas que sentiu a necessidade de se posicionar sobre as declarações de Trump.
DESERÇÃO REPUBLICANA
As críticas do chefe da ONU para direitos humanos dirigidas a Trump ocorrem no pior momento da campanha do presidenciável republicano, marcada desde seu início por declarações polêmicas sobre mulheres e imigrantes.
Após a revelação de um vídeo de 2005 em que o magnata faz comentários obscenos sobre mulheres, diversas lideranças do Partido Republicano abandonaram sua candidatura.
Uma pesquisa de intenção de voto divulgada nesta quarta pela Reuters e pelo instituto Ipsos mostra uma queda do apoio a Trump. Com 37% das intenções de voto, ele aparece oito pontos atrás da candidata democrata, Hillary Clinton (45%). Outros 18% dos entrevistados disseram que não votariam em nenhum dos dois candidatos.
Além disso, a pesquisa revela que um em cada cinco prováveis eleitores republicanos consideram que os comentários sexistas de Trump o desqualificam para ser presidente dos EUA.
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