A Casa Branca disse neste domingo (13) que o presidente Donald Trump também condena a ação de grupos de extrema-direita, como os supremacistas brancos e a Ku Klux Klan, algo que não havia ficado claro em seu discurso após os confrontos em Charlottesville no sábado.
“O presidente disse com muita firmeza em seu discurso no sábado que ele condena todas as formas de violência, e é claro que isso inclui supremacistas brancos, KKK, neonazistas e todos os grupos extremistas”, disse o porta-voz da Casa Branca. “Ele clamou por unidade nacional e por unir todos os americanos”, disse.
Trump foi muito criticado nos EUA por não citar especificamente os extremistas e condenar tanto os manifestantes de direita quanto os antirracistas pela violência gerada por “ambas as partes”.
“Devemos chamar o mal pelo seu nome. Meu irmão não deu sua vida para lutar contra Hitler para ver ideias nazistas seguirem sem serem desafiadas em casa”, publicou o senador republicano Orrin Hatch, de Utah, em uma rede social.
Também neste domingo, sua filha Ivanka Trump atacou os extremistas por meio de postagens numa rede social.
“Não há lugar na sociedade para o racismo, a supremacia branca e os neonazistas. Todos temos de nos unir como americanos e ser um país unido”, declarou Ivanka, que também é conselheira do pai, em uma série de tuítes.
Três mortes
Pelo menos três pessoas morreram neste sábado (12) em Charlottesville, uma cidade universitária de 47 mil habitantes no Estado da Virgínia que virou palco simultâneo da maior manifestação de supremacistas brancos do passado recente dos EUA e de um protesto antirracismo. O FBI investiga o caso.
Uma mulher de 32 anos morreu atropelada por um carro que acelerou contra manifestantes antirracismo, disse o prefeito Mike Signer. A polícia prendeu James Alex Fields Jr., 20, que vive a 865 km dali, em Ohio, e responderá por homicídio doloso.
Segundo o centro médico da Universidade da Virgínia, 19 pessoas foram feridas no atropelamento, e a polícia contabilizou mais 35 feridos em confrontos.
À tarde, um helicóptero que monitorava os protestos caiu perto da cidade, e os dois policiais a bordo morreram. A causa será investigada.
Direitos dos brancos
A manifestação deste sábado foi convocada por grupos supremacistas brancos para protestar contra a decisão de retirar uma estátua do general Robert E. Lee (1807-70) de um parque local.
Lee comandou as tropas confederadas na Guerra Civil dos EUA (1861-65), quando Estados do Sul lutaram para se separar do Norte abolicionista e manter seus escravos.
A decisão segue a de outras cidades do Sul de retirarem símbolos confederados, que remetem ao passado escravocrata do país, de prédios e parques públicos. No protesto, vários manifestantes carregaram a bandeira vermelha com a cruz azul estrelada. (Folhapress)
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