O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apoiou oficialmente nesta segunda-feira (4) o candidato do Partido Republicano ao Senado Roy Moore, acusado por várias mulheres de ter abusado delas quando ainda eram menores de idade.
Até o momento, o presidente -acusado por uma dúzia de mulheres de toques indevidos- havia definido como problemáticas as alegações contra Moore, um juiz ultraconservador e fanático religioso que é candidato ao Senado pelo Alabama e foi titular da Suprema Corte desse Estado.
Entretanto, Trump acabou apoiando o polêmico candidato por considerar que a eleição do candidato do Partido Democrata ao mesmo cargo do Senado seria “um desastre”.
Nesta segunda-feira (4), Trump falou por telefone com Moore, com quem discutiu detalhes da campanha do Senado no Alabama e ofereceu a ele o seu apoio formal, informou a Casa Branca.
“O presidente teve uma excelente ligação com o juiz Roy Moore, durante a qual discutiram a disputa eleitoral no Alabama e o presidente ofereceu seu apoio à campanha”, expressou Raj Shah, secretário de imprensa adjunto da Casa Branca.
No sábado (2), Moore apareceu à frente de uma pesquisa divulgada pela rede ABCNews com 49% das intenções de voto, contra 43% do democrata Dough Jones. Outra análise, feita pelo “Washington Post”, indicou uma vantagem de 50% a 47%, dentro da margem de erro.
Apesar de seu longo histórico de polêmicas como juiz da Suprema Corte, Moore era o favorito para ficar com a cadeira em disputa no Senado, que ficou vaga depois que o legislador conservador Jeff Sessions assumiu como secretário da Justiça.
Mas rapidamente surgiram denúncias de comportamento abusivo desde a época em que Moore era apenas um procurador local, com pouco mais de 30 anos, e que incluem meninas de até 14 anos.
O escândalo colocou a Casa Branca em uma situação difícil.
Por um lado, deixou Trump diante da possibilidade de apoiar um homem público acusado de assédio sexual e comportamento indecente, assim como ele mesmo.
De outro, os Republicanos têm a maioria mínima no Senado sobre os Democratas, 52 a 48 cadeiras, e uma derrota no Alabama praticamente forçaria o partido do presidente a negociar qualquer votação.
O próprio líder do Partido Republicano no Senado, Mitch McConnell, pediu que Moore se retirasse da campanha eleitoral pelas denúncias.
Enquanto isso, o senador conservador Cory Gardner alertou que o Senado poderia votar pela expulsão de Moore caso seja eleito. (Folhapress)
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