O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (1º) que os Estados Unidos deixarão o Acordo de Paris sobre o clima, assinado em dezembro de 2015 por 197 países e blocos.
“Os Estados Unidos vão se retirar do Acordo de Paris sobre o clima, mas vão começar negociações para entrar novamente no Acordo de Paris ou em um acordo completamente novo”, disse Trump a jornalistas, nos jardins da Casa Branca.
A decisão era aguardada com ansiedade em todo o mundo, já que os EUA são o segundo maior emissor de gás carbônico do mundo, atrás apenas da China.
O compromisso assumido pelo país era de reduzir de 26% a 28% as emissões de gases causadores do efeito estufa até 2025. O governo de Barack Obama foi um dos fiadores do tratado.
Logo após o anúncio de Trump, Obama disse que o atual governo está se unindo a um “pequeno punhado de países que rejeita o futuro”.
Durante a campanha eleitoral, Trump já havia ameaçado retirar o país do acordo, enquanto defendia que o aquecimento global era uma “farsa”.
No entanto, havia divergências dentro da própria equipe do presidente sobre o destino do compromisso assumido na gestão Obama.
Enquanto o administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), Scott Pruitt, e o estrategista-chefe de Trump, Steve Bannon, defendiam que o país abandonasse o acordo, outro grupo, liderado pela filha do presidente, Ivanka, e pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, advogava pela permanência, prevendo que o acordo dá margem para ajustes nas metas assumidas.
O tratado de Paris é a principal iniciativa global para frear as mudanças climáticas, criando o compromisso de manter o aquecimento da Terra abaixo de 2°C (em relação à era pré-industrial) até o fim do século, tentando limitá-lo a 1,5°C.
Na cúpula do G7 (grupo das sete principais economias desenvolvidas) na semana passada na Itália, Trump fora pressionado por líderes mundiais a manter os EUA no pacto.
A saída dos EUA deve comprometer metas do acordo e mudar a forma como outros governos, sobretudo os de países em desenvolvimento como China e Índia, tratam o compromisso.
Durante as negociações, esses países arrogaram-se o “direito de poluir” por mais tempo, já que sua industrialização e sua consequente ação poluidora é mais tardia.
No entanto, a China anunciará nesta sexta (2) um acordo com a União Europeia para tomar medidas que “acelerem o processo irreversível de reduzir o uso de combustíveis fósseis”.
Tal entendimento e o consequente engajamento chinês no processo poderiam, segundo analistas, mitigar parte do efeito da saída dos EUA do Acordo de Paris.
Leia mais:
- Trump adia mudança de Embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém
- Donald Trump deve tirar EUA de acordo climático, diz imprensa
- Trump critica Alemanha após Merkel questionar confiabilidade dos EUA
Leia mais sobre: Mundo