O desafio do presidente da Agência Goiania de Transportes e Obras Pública (AGETOP), Jayme Rincón, vai direto para a oposição de Goiás. E ele deixa claro o interesse de Marconi Perillo na reeleição, em entrevista ao Tribuna do Planalto.
“Se depender de estradas, Marconi será reeleito”
Entrevista de Daniel Gondim, Eduardo Sartorato e Filemon Pereira, do jornal Tribuna do Planalto.
O Presidente da AGETOP, Jayme Rincón, recebeu a equipe de Tribuna do Planalto para uma entrevista. ele falou sobre obras, situaçao das rodovias, e tambem sobre politica e deixou claro que se depender das obras gerenciadas por sua pasta, o Governador Marconi Perillo terá totais condições de lutar por mais quatro anos de mandato no ano que vem.
Presidente da Agetop, Jayme Rincón rechaça ciúmes internos e celebra resultados de 2 anos do programa Rodovida Reconstrução
Homem forte do governador Marconi Perillo (PSDB) no governo, o presidente da Agetop Jayme Rincón comemora os resultados de dois anos do programa Rodovida Reconstrução, que tem como objetivo revitalizar a malha viária do Estado. Segundo ele, as rodovias que já foram beneficiadas pelo programa saíram da lista de demandas. Ele explica que a Agetop foca também nos programas Rodovida Construção e Rodovida Manutenção que, segundo o presidente, será responsável em manter as rodovias recuperadas em bom nível de trafegabilidade. No comando da pasta com mais recursos do governo, Rincón diz que não liga para ciúmes de outras lideranças governistas. “Quem tem que avaliar o trabalho que estamos fazendo é o governador e a sociedade”, foca. Sobre a tentativa de reeleição de Marconi, o presidente da Agetop diz que, se depender das obras gerenciadas por sua pasta, o tucano terá totais condições de lutar por mais quatro anos de mandato no ano que vem. Jayme Rincón recebeu a equipe da Tribuna na terça, 26, em seu gabinete.
Tribuna do Planalto – Qual o balanço o senhor faz desses dois anos na Agetop?
Jayme Rincón – Altamente positivo. Nós ainda temos problemas e sabemos da existência deles, mas temos um cronograma que foi traçado no início e ele deve ser cumprido à risca. Nós, quando assumimos em 2011, lançamos um desafio enorme: reconstruir quase seis mil quilômetros de estrada e 60% da malha estava péssima. Fizemos o levantamento de tudo e buscamos alternativas para executar as obras. Foi quando criamos o fundo de transportes que nos garantiu recursos e o programa Rodovida. Tivemos que priorizar a reconstrução em detrimento da manutenção, porque sabíamos que o programa Terceira Via era um programa que já tinha cumprido seu papel. O conceito do Terceira Via não se aplicava mais à situação da malha viária do Estado, mas não tínhamos condições nem financeiras e nem operacionais de desenvolver os dois projetos ao mesmo tempo: o Rodovida Construção e o Manutenção. Então, priorizamos o reconstrução. No primeiro ano, em 2012, já reconstruimos 2.081 quilômetros de estrada, um volume muito alto. Essas rodovias eram as que estavam piores estados. São 42 rodovias que foram reconstruídas e ninguém fala delas mais. Hoje, o que está sendo cobrado? Indiara a Paraúna, Goiás a Itapirapuã, Goiânia a Nazário. Nós já estamos trabalhando em praticamente todos esses trechos. Onde não se está trabalhando ainda, a estrutura já está montada e as licenças já estão concedidas. Então, esse ano iremos reconstruir 2.178 quilômetros. Dos 2.081 quilômetros que já reconstruímos, iremos para quase 4.400 quilômetros de estradas reconstruídas. Temos uma demanda de reconstrução de algo em torno de 5.500 quilômetros, então vai ficar mil para o ano que vem. Ao final deste ano ainda teremos demanda de 1.500 quilômetros que não foram contemplados ainda no programa Rodovida Reconstrução, mas que já estão sendo atendidos pelo programa Rodovida Manutenção. Então, a transição do programa Terceira Via para o Rodovida Manutenção demandou o ano passado inteiro. E nós fizemos uma divisão das rodovias: temos 20 lotes de rodovias pavimentadas e 14 de rodovias não pavimentadas. A empresa que trabalha na pavimentada não trabalha na não pavimentada e vice-versa. A oposição cobra e tem esse papel, mas tenho dito que fazemos questão de levar para 2014 essa discussão. Tenho certeza que o governador Marconi sendo candidato à reeleição, essa será uma das bandeiras que ele vai levar, porque ele herdou essas rodovias totalmente abandonadas e vai apresentar resultados em 2014.
Por que hoje a cobrança em relação a rodovias é bem maior do que era em 2010 e em 2009, por exemplo?
Eu também me pergunto isso. Aliás, faço questão de pegar jornais da época e não existiam essas cobranças. Porque as estradas já estavam ruins. Não é possível que de 31 de dezembro a 1º de janeiro de 2011, elas se deterioraram. O histórico que temos do programa Terceira Via indicam que as empresas não trabalharam durante o governo anterior e com um agravante, receberam. Então, eu não entendo porque de repente isso virou foco.
O sr. concorda que os governos de Marconi também foram negligentes com as rodovias?
Não.
O deputado José Vitti (DEM) comentou isso, que o Marconi, em relação a rodovias, é herdeiro dele mesmo…
Isso é uma injustiça muito grande, porque o programa Terceira Via cumpriu o pepel dele nos dois primeiros mandatos do governador Marconi, mas depois ao longo dos anos foi desvirtuado. Mas nós temos uma malha envelhecida. A idade média da malha do Estado é quase trinta anos, então ela envelheceu e não foi reconstruída. Isso que estamos fazendo agora, deveria ter sido feito no governo anterior ou até no segundo período do segundo mandato do Marconi. Alguma coisa já deveria ter sido reconstruída. Nós estamos reconstruindo agora 6 mil quilômetros por quê? Por uma soma de fatores. A culpa não é só do governo anterior que não deu manutenção. Primeiro, a malha está envelhecida. Segundo, houve mudança no perfil sócio-econômico do Estado, já que hoje trafegam mais veículos e veículos mais pesados. É uma soma de fatores. É estranho que isso venha sendo cobrado agora com essa veemência. Por que não cobrou lá atrás? Nós herdamos um volume de problemas muito maior do que seria se tivessem dado as manutenções e as reconstruções feitas no tempo certo. Agora ficou muito fácil cobrar. Serve como justificativa? Não. Cidadão tem todo direito de cobrar. O mínimo que o Estado tem que fazer é dar condições de trafegabilidade para todos. A gente tem recebido muitos elogios de onde já fizemos o serviço. Não estamos fazendo favor. Isso é dever do Estado. Esses dias o próprio José Vitti reclamou que o governador não cuida nem da cidade dele, que Palmeiras estava ruim. Eu disse: “Isso é uma prova de que nós não estamos jogando para a plateia. Estamos trabalhando tecnicamente, quer dizer, existem problemas inclusive na cidade do governador”.
A reclamação dele é que todas as saídas da cidade estão ruins.
Sim, lógico. Mas não foi só lá. De Campestre à Trindade já reconstruímos. O restante que chega em Palmeiras vamos fazer agora. Inclusive já estamos com máquinas lá. Pegamos 42 rodovias que estavam piores e resolvemos.
De tudo que foi feito, novo ou reconstruído, teve algum problema em algum lugar?
Teve. É difícil colocar a culpa na empreiteira. Onde a empreiteira foi responsável, nós notificamos e já está corrigindo, mas para se ter ideia, nós fizemos 2.081 quilômetros de rodovia e tivemos, em uma extensão linear, três quilômetros de problema. Os motivos são problemas com o solo, problemas com empreiteira. Aqui na saída de Nerópolis tivemos dez quilômetros onde ficou claro um problema com a empreiteira. Trindade e Campestre também está com problema. Um fazendeiro fez uma represa muito acima do nível e aí a água penetra na base. Tivemos que negociar com o proprietário para ele abaixar o nível e assim, não prejudicar a rodovia.
O contrato com a empresa a obriga a corrigir defeitos?
Por cinco anos.
E a empresa que ganha a licitação para reconstruir a rodovia fica responsável pela manutenção?
Não. O ideal seria que a empresa que construísse, fosse responsável pela manutenção. É o nosso foco. Não conseguimos chegar nisso, porque é uma licitação mais complicada. Mas porque tudo tem sido bem feito aqui? O Tribunal de Contas do Estado está fazendo hoje uma fiscalização em tempo real. Isso é fundamental, porque não adianta daqui dois anos se aparecer um problema, até você provar que foi erro de execução, leva mais dez anos discuntindo. A Controladoria Geral do Estado está fazendo a mesma coisa e nós também. Então, são três fiscalizações diferentes e isso fez com que as empresas assustassem.
A manutenção desses lotes dura cinco anos e vocês têm confiança que nesse período as rodovias não vão se deteriorar?
Por uma razão: no programa Terceira Via, as empresas recebiam por um conjunto de fatores, que formavam a fatura da empresa. E tinha muita coisa subjetiva. Era um tal de “desempenho” que a gente não sabia definir o que era. Se eu quisesse pagar para um cara a fatura cheia, eu conseguia elementos para conseguir pagar. Se eu também não quisesse pagar nada, conseguia. Hoje não. O programa Rodovida Manutenção a gente paga exclusivamente o serviço executado. O diretor da área costuma dizer que antigamente as empresas corriam do serviço, porque recebiam de qualquer jeito. Hoje elas correm atrás do serviço, porque, se não fizerem, não recebem. Com o Rodovida Manutenção estamos pegando firme nas não-pavimentadas, que são rodovias importantes para o Estado e estavam abandonadas. Até o final deste ano conseguiremos eliminar 100% dos pontos críticos.
Cuidar da malha do Estado, além de outras obras e outras licitações, não é demanda demais para um órgão só?
Não, a Agetop tem estrutura para isso. O grosso da estrutura da Agetop vem da malha viária. Então, a parte de obras civis aqui sempre foi tratada em segundo plano. Nessa atual gestão, estamos dando o mesmo peso, porque têm obras importantes na parte de construção civil que estão sendo executadas. Um exemplo é o Centro de Convenções de Anápolis, que estamos mandando o edital para publicação. Tem os presídios, um Credec, que já está em construção, e iremos licitar mais quatro. Já publicamos o edital do Hospital de Urgência da Região Noroeste, com 360 leitos é maior que o Hugo. Estamos finalizando o projeto do Hospital da Mulher. Definimos com o reitor da UEG a reforma da Esefego.
O sr. concorda que políticamente isso cria muito ciúmes no governo?
Essa história de ciúmes dentro de governo eu lido muito bem. Porque quem tem que avaliar o trabalho que estamos fazendo é o governador e a sociedade. Se outro auxiliar está insatisfeito, é problema de cada um. Eu também tenho minhas divergências. Às vezes não concordo de como algumas coisas estão sendo tratadas no governo, mas isso não cabe a mim discutir ou condenar. Isso é tarefa do governador.
É a primeira vez que o Marconi adota um foco tão forte no viés da infra-estrutura. Parte do governo acredita piamente que ele deveria investir no social, como investiu nos governos passados. Como o sr. vê esse debate?
O governador Marconi tem um foco: administrar bem o Estado. Qual a grande deficiência que temos hoje? A área de infraestrutura. Não só Goiás, mas o Brasil e nós temos uma grande deficiência. Por quê? Exatamente por isso. Porque o governador nos outros mandatos deu foco para o social e não investiu pesado em infra-estrutura. O governo Alcides não investiu nada em infraestrutura. Aliás, não investiu nada em nada. Nós hoje estamos aproveitando uma situação geográfica privilegiada. Esse progresso que está saindo do sul e sudeste e indo para o norte e nordeste, passa por aqui. Então, o Estado tem que ter infra-estrutura que suporte esse crescimento. O governo Marconi foi muito agressivo nos outros mandatos no sentido de trazer novas empresas para cá. Essas empresas reclamam que hoje não oferecemos condições de escoamento. Então, o governador teria que optar por isso mesmo, porque é a maior necessidade do Estado hoje.
Mas o sr. concorda que esse imediatismo dos programas sociais facilita a conquista de popularidade?
Concordo, mas não é o objetivo do Marconi. Não resolve. Eu digo que fazer as coisas para jogar para a plateia é muito fácil. Não precisa fazer muita coisa. É pegar a riqueza do Estado e sair distribuindo por aí, criando uma situação de bem estar passageira. O Estado tem que gerar riqueza e oportunidades de crescimento.
O sr. é contra esse assistencialismo?
Totalmente contra. Eu acho que existiu um período em que isso era força-tarefa do Estado. Os programas hoje, o Bolsa Universitária, Bolsa Futuro, Renda Cidadã, já estão implementados e vão muito bem. Não tem que aumentar mais isso, até porque não se tem dois recursos. Ou faz uma coisa, ou outra. Então, investir em infra-estrutura é a atitude mais correta e não falo porque estou aqui. Falo como cidadão e empresário: é a atitude mais sensata e o governador sabe disso.
“O governador optou por focar as rodovias porque não havia alternativa”
O sr. acha que o eleitor entende o que é reconstrução e o que é manutenção?
Onde fizemos o serviço, o cidadão sabe distinguir muito bem. Pega onde já executamos o serviço e vai saber a opinião do pessoal. Teve uma deputada que saiu fotografando estradas e publicava no Twitter. Aí eu falei: “coloca no twitter dela as estradas reconstruídas”. E ela falou que era Photoshop (risos). Quer dizer, ela tirou foto das estradas ruins, mas nós nunca negamos que temos estradas ruins.
Uma das grandes marcas do Iris foi ter feito boa parte da malha viária. Não há o risco de vocês reconstruirem e a estrada continuar sendo do Iris, como marca?
Isso vai existir, mas tem um detalhe: nós vamos construir 2.400 quilômetros de novas rodovias. Então, iremos superar a marca do Iris. O governador Marconi terá feito mais, em termos de novas estradas. E ainda vamos reconstruir 60% da malha. Então, ao final deste governo, o que nós fizemos de intervenção na malha viária é mais que todos os governos somados até agora. Vamos investir quase R$ 4 bilhões. São volumes significativos. E eu acho que essa disputa de quem fez mais é bobagem. Temos que ter consciência de que tínhamos um problema e estamos solucionando. Como conviver com a situação em que estavam as nossas rodovias? Não tinha jeito. Então, o governador optou por isso, mas também não tinha outra alternativa. Escolher aumentar programas sociais com fins eleitoreiros é uma irresponsabilidade.
O que já foi liberado de recursos do BNDES para o Rodovida Construção?
Nós já recebemos R$ 100 milhões e desse montante já devemos ter aplicado aproximadamente R$ 60 milhões. Esse dinheiro chegou na segunda quinzena de dezembro, que é o período chuvoso. Então, não tinha como gastar. Nesse período, fizemos projetos.
O dinheiro é liberado de acordo com os projetos?
Eles mandaram primeiro R$ 100 milhoes. À medida que vamos executando e pagando, eles vão repondo. Então, teremos sempre R$ 100 milhões em caixa. Com isso, temos uma flexibilidade muito grande para pagar as empresas em dia, o que é um dos diferencias que estamos tendo aqui para obter os descontos. O desconto médio é em torno de 15% no Construção e no último Reconstrução tivemos um desconto médio de 17%, o que é uma coisa inédita. A Agetop licitava e dava desconto de 1% ou 0,5%, mas era tudo licitação combinada, que foi outra coisa que nós acabamos aqui dentro. Com esses recursos do BNDES, até o final de abril estaremos com 56 obras em execução, além de licitar em torno de mais 30 obras. A nossa expectativa é aplicar entre R$ 800 e R$ 900 milhões de reais dos recursos desse financiamento. O restante fica para o ano que vem.
Todo esse recurso de R$ 1,5 bilhão é para investimento em obras rodoviárias e nos aeródromos?
Exclusivamente para aeródromos e obras rodoviárias. Quando o Fundo de Transporte foi criado, fizemos questão de criá-lo com essa limitação de não usar nenhum centavo dele para investimento, só para manutenção.
A presidente Dilma concede muitos recursos para Goiás. Como o sr. vê essa relação entre o governo Marconi com o governo Dilma?
É normal, até porque isso não é só para Goiás.
Isso não provoca nenhum impedimento depois na eleição, com o governador fazendo campanha para o candidato à presidência dele?
Essas coisas é que a gente ainda não entende no Brasil. O dinheiro não é do PT, nem da presidente da República, é da União. Ele tem que ser usado de forma responsável, e o governador Marconi faz isso em Goiás. Ele procurou todos os prefeitos, independente de partido.
A oposição reclama que isso não aconteceu…
Reclama indevidamente. Aqui na minha área, sou testemunha de que todos os pleitos de prefeitos, independentemente de partido, o governador encaminhou para serem atendidos.
A oposição reclama principalmente do Rodovida Urbano, no qual eles alegam que só foram atendidos prefeitos integrantes da base aliada do governador.
Atendeu quem acreditou, esse é o problema. Tinha prefeito da oposição que não queria nem conversar com a gente. Quem acreditou foi atendido. Tanto é que depois veio todo mundo atrás, quando viram que o programa saiu, mas aí já tinha passado o período de poder licitar, fazer os projetos.
Esses municípios ficaram para uma segunda etapa?
Sim, é um programa continuado. Voltando à relação com o governo federal, ela é ótima. Agora, eu acho que ela comete um único equívoco, mas essa é uma opinião minha, eu nunca ouvi isso do governador – o erro de não receber o governador Marconi em audiência privada. Ele fez algumas solicitações, mas como os pleitos não estão sendo atendidos, ele desistiu. A gente imagina que nisso tem o dedo do ex-presidente Lula. Ela não o receba talvez para não constrangê-lo, mas isso não interfere em nada nas relações. Elas são boas, o Estado foi atendido, mas também porque teve condições de ser atendido.
Mas se o governo federal quisesse atrapalhar, ele atrapalharia…
Lógico que sim. A atitude da presidente é republicana. O governo de Goiás não tem um ‘senão’ em relação à presidente da República. Fomos atendidos, mas fizemos o dever de casa, que foi um enorme ajuste fiscal para poder o Estado em condições de receber esses financiamentos.
Como o sr. avalia que Marconi vai chegar em uma possível campanha de reeleição em 2014, já que até lideranças do próprio governo, como o secretário Vilmar Rocha (PSD), avaliam que é um projeto que já não tem o que apresentar de novo para a sociedade?
Ainda está muito prematuro para avaliar as condições em que o governador chegará para disputar a eleição em 2014.
“Tenho certeza que o volume de recursos da Agetop deve causar descontentamento em algum colega”(Jayme Rincón) |
2013 é um ano decisivo?
É um ano decisivo. Na minha avaliação, eu acho que ele chega em 2014 com todas as condições de disputar e vencer a eleição. Todo mundo tem desgaste em primeiro ano, não seria diferente para o governador. No segundo ano, tivemos um fato inusitado, que foi o caso Cachoeira, mas que felizmente o feitiço acabou virando contra o feiticeiro. Acabou bem para o governador. Nós fomos investigados, quebraram todos os sigilos e, quando não acharam nada, ficaram batendo o tempo inteiro na venda de uma casa, que é um bem pessoal, vendido pelo preço de mercado, escriturado pelo valor da venda e com os recursos depositados na conta dele. Aqui na Agetop, por exemplo, tentaram achar benefício para a Delta. Quando foram investigar, a Delta teve menos de 4% dos contratos e foi a empresa mais multada aqui. Ela tinha recursos para receber do governo anterior, que dependiam exclusivamente da autorização do governador ou de uma assinatura minha para pagar, mas nós não pagamos. Ela está com esses recursos até hoje para receber. Eu falo mais, se tivesse uma vírgula contra o governador, a deputada Iris de Araújo tinha que levar isso para o mundo inteiro, não era só para o Brasil. Ela vasculhou tudo e não achou nada, nada. Então, agora no terceiro estamos colhendo os frutos. Hoje, a saúde saiu da pauta. Não é o ideal ainda, mas está sendo cada vez menor. A segurança pública é um problema nacional. O secretário Joaquim Mesquita está fazendo um trabalho bem estruturado, as coisas vão começar a se reverter agora num prazo curto. A mudança no comando da Polícia Militar foi um ato inteligente, mas não que o coronel Edson não fosse bom ou que não conhecesse do métier, mas eu acho que já estava um pouco afastado da corporação, e essas entidades são muito corporativistas. A área de infraestrutura eu não tenho preocupação nenhuma, pois estamos fazendo as coisas no tempo certo, na forma certa e isso não será impedimento para que o governador dispute a reeleição. Se a reeleição dele depender de estradas, eu não tenho dúvida nenhuma de que ele vai ser reeleito, pois vamos ter uma bandeira muito forte para mostrar.
O governador disse que vai trabalhar pela candidatura de Vilmar Rocha ao Senado. O sr. acha que isso é uma antecipação política?
Pode ser uma sinalização, política tem muito disso. Em alguns momentos, você tem que emitir alguns sinais em relação a projetos futuros. O governador tem uma experiência muito grande nessa área política, então acho que ele sabe o que está fazendo e sabe avaliar o momento. Acho também que o Vilmar Rocha tem todos os pré-requisitos para ser candidato ao Senado. Ainda é difícil avaliar o quadro, pois só sabemos uma coisa, que temos um candidato em potencial, o governador Marconi Perillo. Ainda não sabemos, porém, contra quem. Não se sabe se será contra Iris Rezende, Júnior do Friboi ou Vanderlan Cardoso. Uma candidatura que está muito clara é a do governador Marconi Perillo, o resto ainda não temos ideia. Falando em composição de chapa majoritária, eu não tenho dúvida nenhuma de que o candidato é o deputado Vilmar Rocha. Espero e acredito que em 2014 ele continue sendo, pois ele é meu candidato também. Acho que ele tem todas as condições, pois tem uma folha de serviços prestados. Hoje, ele tem um peso muito importante no partido a que ele esta filiado. Então, eu acho que ele é um excelente candidato.
Essa situação é definitiva?
Hoje o quadro é esse. O Vilmar está fazendo um trabalho bem feito para se viabilizar como candidato, mas não adianta o governador falar que o Vilmar é o candidato. Hoje é e o Vilmar tem trabalho para isso. Eu acho que ele vai chegar em 2014 como candidato natural.
O sr. vê o governo “remando para um lado só”?
Sim, vejo. Sempre remou, mas muita coisa vai à base de fofoca. Existe – e tem que existir mesmo – divergência dentro de um governo, mas elas são pontuais. Eu, por exemplo, já tive problema dentro do governo? Já, mas pontuais e no âmbito administrativo. Eu nunca tive nenhum tipo de divergência porque defendi um interesse e outra pessoa outro interesse. O interesse que defendemos é o governo, o sucesso do governo. É óbvio que quando temos problema de ordem orçamentária o governador tem que fazer algumas opções, e elas, eventualmente, podem contrariar A, B ou C. Eu tenho certeza que o volume de recursos destinados à Agetop deve causar algum tipo de descontentamento em algum colega de governo, do mesmo jeito que quando os recursos não chegam ou a burocracia não atende a demanda que esperamos, eu fico aborrecido também. Isso, porém, são coisas pontuais.
Como está aquele trecho entre e Iaciara e Nova Roma?
Lá a gente conclui esse ano, com absoluta certeza. Aquela obra está no BNDES, é obra com recurso garantido.
E em relação às estradas vicinais?
As municipais nós não podemos atender, pois existe um impedimento de ordem legal. Estamos com a ideia de projeto interessante, mas ainda para 2014, que é a de ajudarmos as prefeituras na manutenção das estradas vicinais. Hoje, porém, não tem nenhuma ação do governo para isso.
O governo tem mais obras programadas. Uma delas é a reforma do Centro de Excelência, que está parada. Agora, há intenção também de reformar o Autódromo. Como está o andamento?
No caso do Centro de Excelência, a nossa paciência esgotou. Tudo o que pudesse ser feito, nós fizemos. Não existe nenhum ‘senão’ para que aquela obra não esteja sendo executada. É um problema do Ministério Público Federal, que eu acho que eles se enrolaram no cabelo das pernas e não conseguiram sair do rolo que eles mesmos aprontaram. Mesmo assim, rescindimos o contrato com a empresa, fizemos uma nova licitação, readequamos todo o projeto, mas na hora que fomos dar a ordem de serviço, o Ministério Público quis analisar o projeto novamente. Agora, o governador encerrou o assunto. Disse para rescindir o contrato com a Caixa e para fazermos a obra com os recursos que vão sair de um financiamento do Banco do Brasil. Em relação ao Autódromo, finalizamos o projeto para dar uma melhorada. É uma obra de 40 anos e vamos melhorar as condições. Vamos reformar toda a pista, fazer novos boxes, fazer um parque lá dentro, aumentar o kartódromo, estacionamentos, fazer saídas e entradas por aquela avenida que vai para o Portal do Sol e iluminar o circuito externo para usar à noite para ciclismo. Temos lá 18 alqueires e temos a intenção de conceder aproximadamente 1,5 alqueire para ter recurso de fazer essa reforma e manter o Autódromo.
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