Decisão do maior partido norteará todos os caminhos do grupo oposicionista. Até o fim do impasse interno, qualquer cenário é possível. Acompanhe na reportagem de Fagner Pinho.
As decisões dentro do PMDB darão os rumos das coligações que serão construídas dentre os partidos de oposição nas eleições deste ano. É o que têm apontado ações e declarações de dirigentes de legendas coligadas e dos próprios dirigentes peemedebistas durante a semana passada, que sucedeu o anúncio das pré-candidaturas de Iris Rezende, pelo PMDB, e de Antônio Gomide, pelo PT.
Nos bastidores, os pré-candidatos se movimentam e tentam se fortalecer no processo. Há a convicção, porém, de que apenas com a decisão final da disputa entre Iris e Friboi é que o grupo oposicionista poderá tomar as decisões definitivas. Até lá, toda situação poderá ser renegociada, rearticulada e qualquer cenário está de pé. O impasse dentro do PMDB, contudo, ainda não tem data para terminar.
Com novo panorama desenhado depois dos dois anúncios, a poeira mais uma vez subiu dentro do PMDB. Júnior Friboi, até então único pré-candidato da legenda ao governo de Goiás, realizou encontro com seus apoiadores na sexta, 11, para demonstrar sua força no partido e cobrar publicamente a realização de uma pré-convenção no dia 10 de maio (leia matéria na página 8). Na semana anterior o empresário já havia dito, por meio de nota, estar preparado para disputar as convenções contra Iris para definir o candidato oficial do partido.
O anúncio de Iris também gerou reações em partidos aliados a Júnior Friboi. De um lado, alguns defendem que se ele não for o candidato oficial do PMDB, não permanecerão apoiando o partido na sequência das eleições. Outros pregam a união entre os pré-candidatos em torno de um projeto único.
Como pré-candidato do PMDB, o empresário conseguiu aglutinar o apoio de algumas legendas como o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), partido o qual ajudou a fundar; Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB); o Partido Comunista do Brasil (PC do B); o Partido Trabalhista Nacional (PTN) e o Partido Pátria Livre (
O deputado estadual e presidente estadual do PTN Francisco Gedda, um dos maiores apoiadores do nome de Júnior Friboi, foi enfático durante a semana: seu partido tem um acordo com o candidato Friboi e não com o PMDB. Sem ele, o PTN não apoiaria a legenda, que seria encabeçada por Iris.
Gedda explicou que o acerto entre ele e Friboi é antigo. “Nosso acerto é com o Júnior e não com o PMDB. Estamos conversando há mais de três anos, pois ele buscou nosso apoio antes de se tornar peemedebista. Não há compromisso com o partido ou com Iris Rezende, mas sim com Júnior Friboi”, destacou.
Além do PTN, afirma Gedda, outros partidos também confirmaram apoiar apenas Friboi e não o PMDB. “Os partidos permanecerão com Friboi. Tenho conversado com alguns aliados, como o Denes (Alves, presidente do PRTB) e com Rodrigo (Melo, presidente do Pros). A conversa é a mesma. Estamos fechados com Júnior”, diz.
União
Mas não é somente o discurso do PTN e do Pros que é ecoado pelos partidos aliados a Júnior Friboi. Nos bastidores sabe-se que a presidente do PC do B, Isaura Lemos, prega a união da oposição. Outro que vem defendendo a ideia de unidade é o presidente regional do PPL, José Netho.
Para o ex-candidato a prefeito de Goiânia a oposição tem que se unir. “Em minha opinião, a união é necessária dentro do PMDB e, principalmente, dentro de toda a oposição. Temos defendido a tese de que será melhor para nós buscar a união com Gomide e com Vanderlan Cardoso (PSB) já no primeiro turno, em uma unificação que fortalecerá a oposição”, frisa Netho.
Ele também busca um entendimento com os colegas que apoiam a candidatura de Júnior Friboi. Para ele, reuniões podem ajudar a definir o rumo a se seguir. “Estamos conversando muito. Falei com o (Francisco) Gedda, falei com o Denes (Alves) e também com o Marcelo (Mello – PMDB) e a ideia que tivemos é de voltar a realizar reuniões dos partidos de oposição para que encontremos um caminho que acolha a todas as propostas e que sigamos unidos.”
Para ele são naturais as pré-candidaturas de Iris e de Gomide. “Vemos com naturalidade a pré-candidatura de Iris Rezende e também de Antônio Gomide. São dois nomes fortes, experimentados e com experiência política. Não vejo o lançamento desses nomes somados aos de Vanderlan e Friboi como enfraquecimento da oposição, mas sim a comprovação de tratam-se de nomes capazes para o cargo que buscam”, conclui.
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