23 de dezembro de 2024
Política

Divisão na oposição é comemorada pelos marconistas

 

A reportagem de Fagner Pinho, no Jornal Tribuna do Planalto aponta que: Lideranças governistas veem vantagem tucana com candidaturas de PT e PMDB. Para eles, união dificultaria reeleição do governador

 

A divisão da oposição petista e peemedebista ao governo de Marconi Perillo beneficiará a base governista e será prejudicial aos partidos que se opõem ao tucano nas eleições deste ano. Essa é a principal constatação entre representantes de ambos os lados após os dois partidos não encontrarem possibilidade de se unir para o primeiro turno das eleições. A oposição PMDB/PT finalizou a semana passada com três pré-candidatos ao governo – o ex-governador Iris Rezende (PMDB), o empresário Júnior do Friboi (PMDB) e o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) – e com a unidade cada vez mais distante.

Quem aplaudiu este panorama foi a base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB). Para várias lideranças governistas, o racha na oposição beneficia o governador tucano, que deverá disputar a reeleição em outubro. Os integrantes acreditam que o governador ganhará mais espaço com a pulverização dos votos da oposição. Além dos três nomes, o ex-prefeito de Sena­dor Canedo, Vanderlan Cardo­so (PSB), também é pré-candidato ao governo pela oposição.

Vários pontos são destacados como positivos por aliados marconistas. Dentre eles, intensificou-se a ideia de que Marconi passa a ter melhor chances de se consolidar como candidato mais forte no pleito em 2014. “Confirmadas as candidaturas de PT e PMDB, é um cenário positivo para a base esta divisão da oposição. Quanto mais candidatos, melhor (para o governador)”, destaca o deputado federal Roberto Balestra (PP).

No entanto, o líder do PP destaca que o cenário é muito recente e novos rumos poderão surgir. “O quadro não é claro ainda. Em política, um minuto é uma eternidade e temos muitos minutos pela frente até as convenções. O que Marconi precisa fazer – e está fazendo – é focar no trabalho. Sua meta, enquanto governador e não pré-candidato oficial, é buscar aumentar seu conceito junto à população.”

Primeiro turno
O ânimo da base melhorou tanto depois que o racha da oposição se consolidou, que até mesmo a possibilidade de vitória no primeiro turno passou a ser aventada pela base. Com a divisão na oposição, a base aposta que, ao invés de focar os ataques ao governador, a oposição tenderá a se atacar para buscar crescimento que possibilite um possível segundo turno. Essa tese é defendida pelo deputado estadual Henrique Arantes (PTB).

“Com os três partidos lançando candidaturas próprias, não conseguirão focar em um nome só, fazendo com que a chance de vitória de Marconi aumente muito, inclusive podendo vencer no primeiro turno. O contrário, porém, seria preocupante para o governador. Ele teria muito mais dificuldades se os três se unissem”, destaca o parlamentar.

Uma fonte ligada à base marconista também comemora a divisão da oposição. Para ele, “o governador Marconi Perillo é um homem de sorte”, pois o racha nos partidos de oposição é algo “muito bom para o governo”. “Estou adorando este cenário”, festeja. A fonte destaca outro ponto nevrálgico, que será a divisão do tempo entre os partidos.

O deputado estadual Júlio da Retífica (PSDB) também defende a tese de que quanto mais candidato a oposição tiver, melhor para Marconi Perillo. “Caso saiam os três (Gomide, Friboi/Iris e Vanderlan), a tendência é que Marconi cresça de produção. Ele vem realizado um trabalho fantástico no interior, além de obras na capital e na região metropolitana. Seu nome como único na base se fortaleceria”, avalia.

Cenário
Com a divisão clara dentro do PMDB entre as alas irista e friboizista, o partido terá a missão nos próximos dias de tentar se agrupar. Não será tarefa fácil, já que tanto Iris Rezende quanto Júnior do Friboi confirmaram que enfrentarão as prévias partidárias, caso seja necessário (leia matéria na página 10). O racha entre os dois grupos já vem desde o ano passado de forma velada e atingiu seu auge nas últimas semanas, depois que a executiva do partido indeferiu o documento onde constava que Júnior era o pré-candidato oficial do partido. Na sexta, 4, Iris Rezende também se lançou pré-candidato.
Iris Rezende e Júnior do Friboi agora terão a missão de percorrer o interior, convencer a base do partido e, cada vez mais, buscar o apoio de lideranças. E o mais importante: encarar essa disputa interna evitando desgastes de um racha. Ambos querem ser candidatos e, quem vencer a disputa, vai precisar do outro na campanha.

Já a decisão do Partido dos Trabalhadores foi a de referendar a pré-candidatura de Antônio Gomide ao governo. O prefeito renunciou ao cargo na sexta, 4, e segue com o discurso de que concorrerá ao Palácio das Esmeraldas (leia entrevista nas páginas 8 e 9). Com isso, caso nada mude e confirmados os nomes atuais, a oposição sairia dividida em PMDB e PT, com nomes de Friboi ou Iris de um lado e Gomide do outro, além da terceira via seguir seu caminho representada por Vanderlan Cardoso (PSB).

 


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