Lideranças peemedebistas preparam ato em favor da candidatura do ex-governador. Enquanto isso, PSDB e PT vivem dias de tensão. O ato está marcado para a próxima quinta, 27.
(Com informações da Tribuna do Planalto, texto de Murilo Soares)
Peemedebistas de vários municípios estão preparando um manifesto em favor da candidatura do ex-governador Iris Rezende (PMDB) ao Governo, que teria o nome de “Manifesto pela unidade do PMDB, com Iris para governador”. Enquanto isso, o PT se mostra uma incógnita e a base aliada de Marconi Perillo (PSDB) aperta o cerco na cobrança de que ele seja candidato. Marconi continua negando que já tenha uma definição.
A pesquisa Grupom em Rio Verde, publicada na semana passada, e as especulações sobre o resultado do levantamento de Aparecida, que está nesta edição, acelerou as reações de lado a lado, segundo apurou a Tribuna. A semana foi de muita conversa e pressão sobre os pré-candidatos. E seus aliados resolveram se mexer.
Os idealizadores do movimento em favor de Iris afirmam que ele não está envolvido no projeto. Um encontro está marcado para quinta-feira, 27, no diretório estadual do partido, de acordo com o vereador rioverdense Paulo Henrique Guimarães (PMDB), que é um dos nomes à frente da iniciativa. Depois de se encontrarem é que o manifesto escrito tomará forma definitiva.
O objetivo dos organizadores é a união do PMDB. Nenhuma liderança será excluída. Muito menos o empresário Júnior do Friboi, oficialmente o candidato da legenda hoje. Também não excluem a possibilidade de que outros líderes oposicionistas, como Vanderlan Cardoso (PSB) e Ronaldo Caiado (DEM), integrem uma aliança caso o ex-governador seja o cabeça de chapa.
Os envolvidos no manifesto não querem que seus nomes se tornem públicos, por enquanto. Entre os envolvidos estão parlamentares, além de atuais e ex-prefeitos. Um dos poucos a falar abertamente é o ex-deputado estadual José Nelto (PMDB). Segundo ele, o movimento conta com a ajuda de vertentes da legenda como o PMDB Jovem e o PMDB Mulher, porém que não se trata de uma decisão unânime. “Assim como o PT tem várias tendências, o PMDB também”, observa.
De acordo dom José Nelto, a urgência do partido é em mostrar unidade em prol de um único nome, principalmente para compor alianças. “Devemos definir nosso candidato até dia 30 de março”, diz. Ele, que defende abertamente a candidatura de Iris, baseia seu argumento nas últimas pesquisas, como a Tribuna/ Grupom, que mostram o nome do ex-governador melhor avaliado que o do empresário.
Além de Iris
Os integrantes do movimento pró-Iris insistem que querem mesmo é a unidade partidária. O fato de verem o ex-governador como melhor nome está assentado na visão de que ele une não só dentro do PMDB mas também o PMDB ao PT.
Caso PT e PMDB saiam separados, a candidata do PT à reeleição, presidente Dilma Rousseff, não ajudaria as duas agremiações; daria preferência ao candidato petista, argumenta. “Os dois não poderiam pedir votos para a presidente. Apenas um pode.” Com o consenso entre as agremiações, diz Nelto, a situação dos dois partidos ficaria unificada e sem rixas partidárias.
Ele observa ainda que o manifesto não exclui a possibilidade de Junior do Friboi compor a chapa majoritária. Pelo contrário. “Queremos que os dois caminhem juntos”, explica. Para ele, o melhor seria Iris para o governo, Junior para vice e o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, atual pré-candidato do PT, para o Senado.
Sinal de Iris ao PT
No PT, a situação também é tensa. O pré-candidato do partido, Antônio Gomide, está embalado, empolgou a militância e tem o aval da direção nacional para ir até o fim. A única resistência hoje está no prefeito de Goiânia, Paulo Garcia. Paulo está na curiosa situação de defender apoio a um nome de outro partido – Iris Rezende (PMDB) – contra um de seu partido.
A candidatura de Gomide está nas mãos do PT. Se o partido fechar questão e partir para viabilizá-lo, ele irá até o fim. Mas se entender que finalmente o sinal de Iris de que quer ser candidato a governador foi dado, e que a união entre os dois partidos é mais importante, então Gomide será automaticamente esvaziado nos próximos dias. Iris já não esconde nas conversas em seu escritório que topa ser candidato. O manifesto a seu favor só reforça a sua vontade.
No governo, o nome mais temido neste momento é exatamente o de Gomide. Embora não esteja à frente nas pesquisas, ele representa renovação, contraponto mais forte ao governador numa disputa. Mas isso é pouco. Gomide precisa ganhar a eleição primeiro no PT. E a eleição é: ser ou não ser candidato.
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