A Operação Apagão realizada nesta segunda-feira (23) resultou na prisão de três pessoas. Os dados da operação foram apresentados nesta terça-feira (24) pelos delegados Eduardo Prado e Frederico Maciel, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon).
Confira o vídeo da transmissão ao vivo:
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O objetivo da operação era fiscalizar estabelecimentos comerciais em Goiânia e Aparecida de Goiânia suspeitos de furtar energia elétrica. Dois detidos já foram liberados após pagamento de fiança.
Considerando todos os possíveis pontos de furto de energia, o prejuízo para a Celg é de R$ 22,5 milhões por mês. Destes, R$ 13,5 milhões deixam de ser pagos à Companhia e R$ 9 milhões não são arrecadados pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Dos R$ 13,5 milhões, R$ 4,5 prejudica a Celg e os outros R$ 9 milhões são pagos pela população à Companhia.
O esquema
De acordo com Frederico Maciel, primeiramente foi feito o levantamento de possíveis estabelecimentos que furtam energia elétrica. Em seguida, foi realizada uma investigação, com auxílio do serviço de inteligência da Polícia Civil.
“Nossa equipe policial realizou investigação e levantou esses pontos. Foi constatada a possibilidade de haver furto de energia muito grande. Diante de tal fato nós fizemos um mapeamento de sete estabelecimentos comerciais, a princípio. Em quatro foram constatadas irregularidades. Em três deles, conseguimos localizar o proprietário, que foi autuado em flagrante“, informa.
Segundo Eduardo Prado, as pessoas que furtam energia elétrica geralmente fraudam os relógios, alteram o padrão e, até mudam a fiação elétrica. “Outros fazem uma engenharia até mais moderna, colocam dispositivos para acionar ou deixar de acionar quando o fiscal chega”, explica.
Crime
Até o momento, o furto de energia não era tratado como crime. No entanto, de acordo com o delegado Eduardo, a partir de agora, as pessoas que forem pegas furtando energia elétrica serão presas e responsabilizadas pelo crime de furto. A pena para esse tipo de crime é de um a quatro anos de reclusão.
“O crime de furto de energia elétrica é previsto no Código Penal. Se tiver outras pessoas furtando energia no Estado de Goiás, nós, juntamente com a Celg, iremos prender. Além de repressivo, é educativo e preventivo”, afirma.
De acordo com o superintendente de Comercialização da Celg, Leandro Chaves de Melo, o furto de energia não é algo novo, mas é uma prática que tem aumentado em todo o Estado. “A questão do furto não é novidade, mas a gente tem visto uma certa intensificação desse processo. As pessoas estão evoluindo, com novas tecnologias, aplicando artifícios cada vez mais difíceis de serem detectados”.
Para Leandro, apenas com o apoio da Polícia Civil será possível reduzir o número de locais com incidência de furto de energia em Goiás. “É contando com o apoio da PC que vamos conseguir identificar esses furtos que estão ocorrendo e tirar um prejuízo que está sendo imputado para o consumidor”.
Estabelecimentos
Os estabelecimentos comerciais onde foram encontradas as irregularidades são: Casa de Carne Boi Gordo, localizada no setor Morada do Sol, Supermercado Ideal, no Parque Tremendão, Distribuidora de bebidas Cumpade, em Colina Azul, e Supermercado Ribeiro, no setor Jardim Maria Inês.
Frederico Maciel também destaca que no Supermercado Ideal foram encontradas outras irregularidades, como a venda de produtos com prazo de validade vencida. Além disso, o local não tinha alvará de funcionamento da Vigilância Sanitária e foi interditado.
“Por acaso, durante a operação para averiguar o furto de energia elétrica, foi constatada a presença de várias substâncias impróprias ao consumo expostas à venda. Produtos com prazo de validade vencido, carne sem procedência, o estabelecimento não tinha alvará sanitário para funcionamento, em razão disso ele foi até interditado. Os freezers estavam em condição de temperatura não ideal, inclusive com sangue congelado, que estava vazando do freezer no chão do estabelecimento”, explica.
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