O deputado federal José Nelto (PMDB) em entrevista à Rádio 730, fez críticas ao empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi. O peemedebista declarou que Friboi usou o partido para fazer negócios.
Além de Friboi, José Nelto criticou o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e falou sobre o futuro do PMDB. Confira trechos da entrevista.
Como o senhor avalia, neste momento, a posição de Júnior Friboi no partido?
José Nelto: Não trata-se de um político, trata-se de um oportunista. Um homem que está na política para fazer negócios e, política, o único negócio a fazer é com o povo, atender a sociedade e a vida de uma geração. Portanto, é um milionário que não tem nada a ver com o povo, entende mais de compra de gado e de empresas, um cidadão que não tem o menor respeito pelas pessoas. Era o candidato mais pobre da eleição passada, não tinha cultura, não tinha respeito ao ser humano e não tinha articulação política, só tinha dinheiro. Quem tem apenas dinheiro, no meu ponto de vista, é uma pessoa pobre. Ele não tem moral e estatura política para participar de uma reunião de diretório do PMDB.
Em virtude disso, o senhor defende a expulsão de Júnior Friboi do diretório?
José Nelto: Ele já está fora do PMDB, ele não pode participar de nenhuma reunião do diretório porque a reação contra ele é muito forte. Se ele fosse realmente peemedebista e não, oportunista, quando ele desistiu da candidatura, por vontade própria, ele não conseguiu articular os partidos aliados, perdeu a chance de ser candidato pelo PMDB ao Estado de Goiás, mesmo contra a minha vontade política. Ele ficou 22 dias com uma carta na mão para ser do partido, foi fazer uma cirurgia, e depois não assinou com nenhum partido. Ele começou a perder os partidos aliados, portanto, ele já teve esta oportunidade. No meu ponto de vista, ele só será candidato a governador do Estado de Goiás por um partido pequeno ou um partido que se venda. Porque o PMDB não é um partido de negociatas. O PMDB é um partido que tem história, é um partido que resistiu a ditadura militar, derrubou a ditadura nesse país, lutou por conquistas sociais, e é um partido democrático. É uma perda de tempo até falar o nome desse empresário Júnior Friboi. Nós temos um caminho longo pela frente, para reconstruir o PMDB e já começamos acabando com os feudos de diretórios. Gente que era presidente de diretório há 30 anos, usava o partido como casa de barganha para fazer negociatas, maracutaia e isso acabou. A nova bancada do PMDB, juntamente com o diretório, optamos por comissões provisórias e assim, que tiver um presidente em cada município que realmente honra e dignifica o partido, e que quer lançar candidatos, ai sim essa comissão provisória poderá se transformar em diretório definivo. A nossa meta é ter candidatos nos 246 municípios e o nosso grande aliado em Goiás, é o senador Ronaldo Caiado. Quero deixar bem claro para a opinião pública, ele é um companheiro de primeira hora, tem respeito pelo PMDB. Enquanto não tivermos candidato do PMDB, a opção é o DEM do Ronaldo Caiado, que eu não tenho dúvida, fará um trabalho belíssimo representando Goiás no Senado. Então essa é a decisão tomada pela executiva e pela nova bancada do PMDB.
O PMDB-GO tem um histórico de não expulsar ninguém do partido, fala que vai expulsar, punir, mas acaba não dando em nada. Um exemplo é o deputado Thiago Peixoto (PSD), que em 2010 quando foi participar do governo de Marconi Perillo (PSDB) e assumiu a Secretaria de Educação, foi aberto um processo de expulsão, mas ele só saiu do partido por iniciativa própria. No caso de Júnior Friboi, o PMDB vai fazer alguma coisa diferente do que sempre fez?
José Nelto: Já foi aberto o conselho de ética do PMDB e o partido tomará todas as decisões. Agora, existe no PMDB, e em qualquer partido, um conselho de ética e tem a tramitação do processo, a legalidade. Você não pode cometer nenhuma ilegalidade e o direito de defesa de todo réu é constitucional. Então o processo vai tramitar na legalidade, deixando que cada réu faça a sua defesa, mas o Tribunal de Ética do PMDB vai julgá-los o mais rápido possível. Ou o PMDB mostra que mudou, que agora é diferente, ou o PMDB vai ficar na história como um partido que não consegue ter a atenção da sociedade e nem o respeito para voltar a governar Goiás.
O senhor defende o rompimento com o prefeito Paulo Garcia (PT), acha que na eleição de 2016, PMDB e PT devam caminhar separadamente?
José Nelto: Esse é um processo que nós estamos estudando, trabalhando, um processo de longo prazo. Primeiro, eu defendo que o prefeito Paulo Garcia tome uma decisão política. Já que o governo estadual conseguiu milhões para o Estado, se não fosse a presidente Dilma (PT) não tinha nenhuma estrada recuperada em Goiás, ela concedeu o empréstimo através do BNDES e do Banco do Brasil, nada contra o dinheiro tem que tem que ser dividido entre os estados e os municípios, isso é o pacto federativo. Mas ela tem um grande aliado aqui, é do partido dela, ou o prefeito Paulo Garcia é incompetente, não tem vontade política, ou ele vai até o Planalto e toma uma decisão. Ele abre um processo lá juntamente com os ministros do PT, juntamente com o PMDB, e consegue um empréstimo para que ele possa comprar maquinário para a Prefeitura de Goiânia e limpar a cidade. É vergonhoso para nós e para toda a sociedade, saber que uma cidade que já foi exemplo, hoje é suja, mal iluminada e cheia de buracos. Isso é inadimissível. A população paga impostos caríssimos e o gestor tem que dar uma resposta a sociedade. Se o prefeito Paulo Garcia for a Brasília e não conseguir nada com o seu partido, ele terá que romper com o seu próprio partido. Ou se ele não tomar alguma decisão, ele vai terminar seu mandato de uma forma desastrosa. Ele não poderá ir a um restaurante com a sua família, voltar para a faculdade, porque será alvo de críticas a todo momento e toda hora, e eu não quero isso para o prefeito. A situação política do PT em Goiânia é muito ruim. Os prefeitos do PMDB fizeram história nessa cidade. Portanto, o legado do partido é muito forte na capital. Quando o partido também governou o estado, fez um dos melhores governos da história do Estado.
Em relação a PT e PMDB, o senhor acreditar que a administração de Paulo Garcia pode prejudicar o PMDB nas eleições do ano que vem?
José Nelto: Quando o adminstrador não vai bem, nenhum político, quando está em campanha, quer ele ao seu lado, ele se torna um péssiom padrinho político. Nossa grande preocupação neste momento é preparar uma candidatura, até quatro nomes para disputar a prefeitura de Goiânia. Apresentar um projeto arrojado para Goiânia, que represente a mudança em todos os sentidos, começando pela educação, pela infraestrutura, políticas voltadas para a área de ciência e tecnologia, na área social, habitacional e também a área da saúde. Nós queremos uma cidade, onde as pessoas possam ter qualidade de vida, tranquilidade de poder transitar nas ruas de Goiânia, e não ficar refém dos bandidos da capital.
O senhor acha que o melhor nome do PMDB para Goiânia é Iris Rezende?
José Nelto: Nós temos bons nomes no PMDB. Não quero divisões entre Maguitistas e Iristas, até porque o Maguito é um grande prefeito em Aparecida, ainda tem chances de ser governador de Goiás. Iris Rezende Machado só tem mais uma chance de ser prefeito de Goiânia. Nós temos também Sandro Mabel, que é um nome respeitado, temos Daniel Vilela e muitos outros bons nomes para disputar a prefeitura de Goiânia. O que eu não quero é essa divisão partidária. Isso não constrói o partido. O nosso adversário histórico está instalado há 20 anos no Palácio das Esmeraldas e é preciso ter alternância no poder, para que novas cabeças, novas inteligências tenham oportunidade de ajudar a construir um novo estado.
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